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Orgulho é defender a vida da população LGBTI+

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A legitimação dos discursos de ódio e preconceito pelo bolsonarismo nos mostra a face cruel da violência e da intolerância - Paulo Pinto / Fotos Publicas
A população LGBTI+ é diretamente afetada com o desmonte dos serviços públicos

Os desafios apontados pela conjuntura para a vida da classe trabalhadora são inúmeros, em especial para os segmentos que historicamente tiveram seus direitos sociais negados. Não poderia ser diferente em um governo representado pela aliança dos setores conservadores, militares e neoliberais.

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Ou seja, a população LGBTI+ está diretamente afetada com o desmonte dos serviços públicos, com o avanço das privatizações e das políticas ultraliberais. O retrocesso nas políticas sociais, a inexistência de orçamentos voltados para esta população e a desmoralização das instituições democráticas são algumas das estratégias para exterminar politicamente e humanamente a população LGBTI+.

Em um cenário de pandemia com mais de 500 mil mortes, com uma das maiores ampliações do desemprego, fome e pobreza, aliando-se ao negacionismo e ao fascismo, desvenda uma política genocida do governo Bolsonaro.

::28 de Junho, dia de (muito) orgulho LGBTIQA+::

Não bastando os retrocessos históricos sofridos pela população LGBTI+ concretizados nas violências diárias numa sociedade estruturada pelo patriarcado, pelo racismo e pela LGBTfobia, vivenciamos um aprofundamento dessas desigualdades sociais de sexualidade e gênero no Brasil.

A legitimação dos discursos de ódio e preconceito pelo bolsonarismo nos mostra a face cruel da violência e da intolerância, tão validada nesses discursos que nos negam a vida.

Se de um lado temos o avanço dos ataques contra a diversidade sexual e de gênero do nosso povo, do outro temos o desemprego, a insegurança alimentar e sanitária, somando-se a não centralidade na vacinação como principal estratégia de enfrentarmos a pandemia. E assim se desenha a política genocida do Governo Federal.

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Frente a esses retrocessos, os movimentos populares seguem resistindo e construindo saídas para essa crise política e social profunda. A solidariedade é uma das marcas do movimento LGBTI+, mas acima de tudo é um compromisso. Não nos faltam experiências de casas de acolhimento, distribuição de alimentos, redes de cuidado e proteção entre nossa população durante a pandemia.

O fortalecimento da solidariedade LGBTI+ é um dos caminhos para enfrentarmos o bolsonarismo e defendermos as nossas vidas. É através das ações de solidariedade que podemos retomar o diálogo com o povo, disputando mentes e corações na construção de outro projeto de sociedade que verdadeiramente caibam as nossas cores.

Hasteemos nossa bandeira colorida em defesa de nossas vidas, ocupando as ruas e as redes, nos orgulhando de sermos os sujeitos que resistem

É tempo, mais do que nunca, de fortalecermos a organização popular e as lutas pelo Fora Bolsonaro! Hasteemos nossa bandeira colorida em defesa de nossas vidas, ocupando as ruas e as redes, nos orgulhando de sermos os sujeitos que resistem, mas acima de tudo, os sujeitos que reconhecem suas opressões e lutam para que elas tenham fim. É a ação que faz a organização!

Não podemos cair na falácia que a luta LGBTI+ não faz parte da luta da classe trabalhadora, nem tão menos hierarquizar a sua importância. A luta pela liberdade das expressões de sexualidade e gênero perpassa a luta concreta por direitos, não podemos avançar na democracia e nas mudanças estruturais sem avançarmos no enfrentamento do patriarcado, do racismo e da LGBTfobia.

Ao reconhecermos essa política genocida, devemos apresentar uma saída coletiva que compreenda a diversidade do novo povo, que reconheça na fome, o preconceito, no desemprego, a discriminação. É parte fundamental reconhecermos que as desigualdades sociais se aprofundam nos determinantes de classe, raça, gênero e sexualidade.

Orgulho é defender a vida da população LGBTI+. Defender as nossas vidas é lutar contra o Governo Bolsonaro. Resistência e organização popular são a nossa resposta!

 

*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Rebeca Cavalcante