SAÚDE DO PRESIDENTE

Bolsonaro é internado, transferido para SP e pode ser submetido a "cirurgia de emergência"

Cirurgião que operou presidente após facada não descarta possibilidade de operação em hospital na capital paulista

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

Ouça o áudio:

O presidente Jair Bolsonaro está com uma crise de soluços há mais de 10 dias - Evaristo Sá/AFP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será transferido para São Paulo na tarde desta quarta-feira (14) depois de ser internado com urgência ao Hospital das Forças Armadas, em Brasília, durante a madrugada. Ele saiu do Palácio da Alvorada por volta das 4h30.

De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, a equipe médica "constatou uma obstrução intestinal e resolveu levá-lo para São Paulo onde fará exames complementares para definição da necessidade, ou não, de uma cirurgia de emergência".

O mandatário foi hospitalizado para investigar a origem de uma crise de soluços. O presidente está com dificuldade para falar há 12 dias por causa do problema.

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A nota cita que o cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou Jair Bolsonaro em 2018 depois da facada sofrida durante a campanha eleitoral, comanda o tratamento médico do presidente.

Em maio, Macedo gravou uma mensagem de áudio na qual o profissional de saúde se identifica como "cirurgião do aparelho digestivo e conhecido no Brasil inteiro". No áudio, traz informações falsas sobre os estudos de vacinas contra covid-19.

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A mensagem diz que um colega de profissão de 28 anos de idade teria "morrido testando a vacina", se referindo ao brasileiro que participava como voluntários dos estudos da vacina desenvolvida pela Universidade Oxford. A pessoa, no entanto, não chegou a receber a vacina e fazia parte do grupo que recebeu o placebo.Um levantamento do jornal digital Poder360 aponta que, caso seja necessária mais uma cirurgia, seria o sétimo procedimento realizado pelo presidente desde a campanha eleitoral. Leia a lista de todos os problemas médicos enfrentados por Bolsonaro:

2018

06.set.2018 – facada: sofre atentado na reta final das eleições e é submetido à cirurgia. Médicos identificaram traumatismo abdominal;

12.set.2018 – obstrução no intestino: submetido a procedimento de emergência depois que tomografia identificou obstrução do intestino delgado;

16.set.2018 – fora de risco: Bolsonaro deixa a UTI, mas permanece hospitalizado;

27.set.2018 – complicações: ainda internado, Bolsonaro apresenta infecção bacteriana após a retirada de um cateter. Ocorrência atrasa alta, prevista para o dia seguinte;

29.set.2018 – alta: o candidato à presidência deixa o hospital 23 dias depois da facada;

2019

28.jan.2019 – colostomia: já eleito presidente, Bolsonaro removeu a bolsa de colostomia. Ficou internado por 18 dias e trabalhou do hospital;

08.set.2019 – hérnia: procedimento para corrigir hérnia decorrente da cicatrização inadequada da parede abdominal. O procedimento durou 8 horas. Foi liberado depois de 8 dias;

23.dez.2019 – queda: presidente cai no banheiro durante a noite e é encaminhado ao Hospital das Forças Armadas;

2020

30.jan.2020 – exames: médicos avaliaram necessidade corrigir cicatriz de procedimentos anteriores e reposicionar tela que o presidente recebeu ao corrigir a hérnia em setembro de 2019;

07.jul.2020 – covid: presidente é diagnosticado com coronavírus;

25.jul.2020 – teste negativo: presidente anuncia que está curado da covid-19;

25.set.2020 – cálculo na bexiga: fez cirurgia para remover a pedra na bexiga e recebeu alta no dia seguinte;

24.nov.2020 – exames de rotina: Bolsonaro se consulta no serviço médico da Presidência;

2021

3.jul.2021 – soluços: o presidente começa a soluçar durante discursos e eventos públicos. A crise se estende por mais de 10 dias. A apoiadores, ele disse que os soluços começaram depois de tomar medicação recomendada após um implante dentário;

10.jul.2021 – mal-estar: Bolsonaro se retira de jantar com empresários. Mais cedo, os soluços atrapalharam discurso do presidente;

14.jul.2021 – nova ida ao hospital: Bolsonaro dá entrada no hospital para investigar a origem da crise de soluços. Ficará sob observação de 24 a 48 horas, não necessariamente no hospital.

Edição: Rebeca Cavalcante