PRÓXIMO PRESIDENTE

Com recorde de participação nas primárias, chilenos escolhem candidatos presidenciais

Esquerda elegeu o deputado Gabriel Boric como postulante; pela direita, foi eleito ex-ministro Sebastián Sichel

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Gabriel Boric será candidato da aliança de esquerda Aprovo Dignidade; Sebastián Sichel será o nome da chapa de direita Chile Vamos, para as eleições presidenciais de novembro no Chile - Divulgação

No último domingo (18), o Chile realizou eleições primárias para definir os candidatos à presidência. Além do recorde de participação com mais de 3,14 milhões de votos, o resultado também surpreendeu. Com 99,78% da apuração, Gabriel Boric, da organização Convergência Social, será o candidato da aliança de esquerda Aprovo Dignidade, desbancando o prefeito comunista da cidade de Recoleta, Daniel Jadue, que aparecia como favorito nas pesquisas de opinião. 

Boric obteve 60,37% da preferência eleitoral contra 39,63% do representante do Partido Comunista chileno, e se torna o candidato mais jovem da história do país, com apenas 35 anos. Também foi o nome mais votado obtendo 1,058 milhão de votos do total de 3,14 milhões votantes. 

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"Se o Chile foi o berço do neoliberalismo, também será seu túmulo”, reafirmou o deputado logo depois de divulgados os resultados. Boric iniciou a vida política ainda no movimento estudantil, liderando os protestos por direito à educação pública e gratuita em 2008. Em 2014, o advogado foi eleito pela primeira vez deputado e agora exerce seu segundo mandato, representando a região de Magallanes, onde nasceu.

Na Câmara de Deputados, Boric integra as comissões permanentes de Constituição, Legislação, Justiça e Regulação; e Zonas Extrema e Antártica Chilena. Jadue assumiu a derrota nas primárias e convocou toda a militância a trabalhar pela eleição de Boric em novembro.

Novas caras na direita

Pela coalizão de direita, Chile Vamos, também foi escolhido o candidato mais jovem. Sebastián Sichel, que era considerado o nome mais fraco na disputa, obteve 49,08% da votação contra 31,31% de Joaquín Lavín, do partido União Democrática Independente (UDI).

O advogado de 43 anos foi ministro de Desenvolvimento Social do atual presidente Sebastián Piñera e agora também convoca todos os setores de direita a trabalhar em unidade. 

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Segundo analistas, os grandes derrotados das primárias foram os partidos que fizeram parte dos governos da chamada Concertação entre 1990 e 2010, entre eles, o partido Socialista, o partido da Democracia Cristã e o Partido pela Democracia. 

As eleições presidenciais serão realizadas no dia 21 de novembro. O atual chefe de Estado, Sebastián Piñera, finalizará sua gestão com 72% de reprovação popular, de acordo com pesquisa de opinião do Centro Estratégico de Geopolítica (Celag)

Edição: Rebeca Cavalcante