Vacinoduto

Quem foi quem na CPI da Covid, que escancarou a corrupção na Saúde

Jornal Brasil Atual também recebe a membra da ABJD para falar sobre a campanha contra nomeação de André Mendonça ao STF

Ouça o áudio:

Senador Humberto Costa (PT-PE); vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP); presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM); relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e senador Rogério Carvalho (PT-SE) - Pedro França/Agência Senado

Instalada oficialmente em 27 de abril de 2021, com prazo de 90 dias de funcionamento, a CPI da Covid incomodou o governo Jair Bolsonaro – o alvo principal da comissão – desde que sua criação foi determinada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, no dia 8 daquele mês. Naquele dia 27 de abril, o país registrava 3.120 mortes por covid-19 em 24 horas, chegando a 395.324 desde março de 2020. No processo, o presidente da República tentou, primeiro, evitar que o colegiado se concretizasse. Para isso, pressionou senadores “vulneráveis” que assinaram o requerimento, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) em fevereiro, para que retirassem suas assinaturas. O documento teve a adesão de 32 dos 81 senadores, cinco a mais do que o necessário.

Perdida a primeira batalha, Bolsonaro pressionou o PSD para evitar que Otto Alencar (BA) e Omar Aziz (AM) fossem membros da comissão. Mas foi novamente derrotado. Assim, em 15 de maio, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), anunciou a criação do colegiado. Em vão, o presidente ainda tentou evitar que Renan Calheiros (MDB-AL) fosse o relator. Aziz foi eleito presidente e designou Renan para a relatoria. Senadores governistas ainda entraram no STF para barrar sua indicação ao posto, mesmo depois de instalada a comissão, mas o pedido foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski.

A primeira oitiva, em 4 de maio, muito aguardada, foi do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Ele revelou a existência de um “aconselhamento paralelo” à margem da pasta e que, em uma reunião durante sua gestão, surgiu a minuta de um decreto com o qual se pretendia, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que se mudasse a bula da cloroquina para que ela fosse usada no tratamento da doença.

Vacinas entram em cena

Dia 13 de maio a comissão entrou no tema vacinas. O CEO da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, mostrou que a farmacêutica tentara, sem sucesso, fechar contrato com o governo brasileiro para fornecer um lote de 70 milhões de doses do imunizante em 15 de agosto de 2020, com entrega prevista já para dezembro. Dezenas de e-mails enviados a toda a cúpula do governo foram ignorados.

Criada para apurar ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro na pandemia, a CPI da Covid começou focada nas pressões e interesses por trás do tratamento precoce. Isso porque o método justificaria a atitude de negar as vacinas Pfizer e CoronaVac, do laboratório chinês SinoVac, atacada sistematicamente por Bolsonaro. Mas em 25 de junho a comissão tomou novo rumo e entrou em nova fase, com o depoimento do ex-deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, da divisão de importação do Ministério da Saúde.

Confira todos os destaques e o jornal completo no áudio acima. 

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