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Vacinação no Rio: Eduardo Paes volta a defender terceira dose a partir de setembro

Ainda não há consenso sobre o assunto no mundo todo; OMS é contra terceira dose enquanto houver escassez de vacinas

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Desde o começo do mês, Paes vem manifestando a intenção de oferecer uma dose de reforço contra a covid-19 até o fim do ano
Desde o começo do mês, Paes vem manifestando a intenção de oferecer uma dose de reforço contra a covid-19 até o fim do ano - Divulgação Prefeitura do Rio

Em meio às discussões sobre a aplicação da terceira dose da vacina contra covid-19, o prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD) defendeu novamente a medida. No Twitter, Paes pediu que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, faça uma resolução incluindo a terceira dose no cronograma nacional de imunização.

Na postagem, Paes diz que "tá na hora de avançar também na decisão de, em setembro, aplicar a terceira dose nos idosos. Vamos salvar vidas". O Plano Nacional de Imunização (PNI) não tem um estudo para que idosos sejam imunizados uma terceira vez.

Desde o começo do mês, Paes vem manifestando a intenção de oferecer uma dose de reforço contra a covid-19 até o fim do ano. Ele argumenta que a medida pode dar um início a um esquema anual de revacinação.

 

 

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No entanto, a defesa do prefeito do Rio e o debate sobre a terceira dose vem em um momento inoportuno marcado pela desigualdade nas aplicações das doses em todo o mundo. Enquanto em muitos países haverá vacina para todos, outros mais pobres da Ásia, África e América Latina não conseguiram sequer começar a vacinação devido à escassez de doses.

De acordo com um estudo recente publicado na revista científica The Lancet, os países mais ricos do mundo, lar de quase 16% da população mundial, asseguraram cerca de 70% das cinco principais vacinas no mercado.

Nos países pobres, apenas 0,2% de todas as vacinas foram administradas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Com base nestes dados, a vacinação em massa nestes países mais pobres não poderia começar antes de 2024, na melhor das hipóteses, segundo a revista The Economist.

Além disso, os estudos sobre a necessidade de revacinação ainda não foram concluídos. Laboratórios, como BioNTech e Pfizer, confirmaram que estão realizando estudos para avaliar a necessidade de uma terceira aplicação, frente ao crescimento de variantes.

Ainda não há consenso sobre o assunto no mundo todo. A OMS é contra a aplicação de uma terceira dose enquanto houver escassez de vacina e a imunização não estiver acessível para todas as nações. 

Intervalo da Pfizer

Nesta terça-feira (27), a Prefeitura do Rio informou que ainda não decidiu se vai adotar a redução no intervalo da vacina da Pfizer contra a covid-19. Na última segunda-feira (26), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, informou que a pasta diminuirá o tempo entre a aplicação das duas doses dos atuais três meses para 21 dias. A medida deve ser oficializada até o fim desta semana.

Edição: Mariana Pitasse