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Educação

“Somos uma geração de viúvos, viúvas e órfãos”: professora relata volta às aulas no Paraná

Profissional da educação fala sobre as dificuldades no retorno às aulas presenciais nas escolas em Curitiba

02.ago.2021 às 08h40
Curitiba (PR)
Lia Bianchini

Não há previsão possível de vida normal e segura dentro das escolas, analisam as profissionais ouvidas pela reportagem - Foto: Giorgia Prates

Nos estudos de narrativas de ficção, o tipo clássico de contar uma história baseia-se na chamada “jornada do herói”: o protagonista parte de um mundo conhecido, depare-se com um grande problema e, após enfrentá-lo, retorna ao mundo inicial, mais sábio, experiente, com os ensinamentos que acumulou na superação do problema.

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Desde março de 2020, o mundo real se tornou palco de uma história digna de ficção. Um vírus contagioso e letal se espalhou por todos os países. A diferença é que, na vida real, um protagonista sozinho é incapaz de enfrentar o grande problema. E o resultado são milhares de jornadas interrompidas. Em todo o Brasil, já são mais de 557 mil histórias que deixaram de ter seu protagonista. No Paraná, são mais de 35,2 mil.

Na vida real, o protagonista não encontra a redenção, mas a morte. E o “mundo conhecido” tenta retornar, ainda que continue imerso no grande problema. É nessa tentativa de retorno à “normalidade” que o Paraná iniciou a volta às aulas presenciais, em sistema híbrido. As sequelas emocionais da pandemia, no entanto, mostram que é impossível voltar ao normal imediatamente.

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"A gente fala pouco dos nossos mortos. Nós estamos na bandeira amarela em Curitiba e todo mundo feliz. Nós estamos com mais de 500 novos casos, com quinze novos óbitos por dia. Como é que se pode ficar feliz? Não são só números. Eram pais, irmãos, avós, filhos. Somos uma geração de viúvos, viúvas e órfãos", diz Maria Angela da Motta, professora da rede municipal de ensino em Curitiba, em entrevista ao Brasil de Fato.

Ela perdeu a mãe para a covid-19 em março deste ano. Na escola onde trabalha, quatro funcionários também morreram infectados pelo vírus. “É uma coisa que dói. A gente precisa acolher as crianças que perderam família, pais, irmãos, mas a gente também está machucado. A gente também tem essa marca”, desabafa.

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Com duas turmas na parte da manhã e outras dez na parte da tarde, Maria Angela calcula que, em apenas um mês, passará por 400 crianças na escola. O medo do contágio e de infectar seus estudantes é uma preocupação constante. Até o momento, ela tomou apenas a primeira dose da vacina contra a covid-19.

Rede estadual

Na rede estadual de ensino, a situação se repete. Uma pedagoga funcionária do estado, que preferiu não ter seu nome divulgado, conta que é perceptível a delicadeza do estado emocional dos estudantes. Em uma das turmas de sua escola, seis crianças perderam pai ou mãe.

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Professores e demais funcionários têm que aprender a lidar com a situação por conta própria. Não há, por parte do governo, a iniciativa de oferecer qualquer tipo de formação ou apoio voltado para o bem-estar emocional nas escolas. “Parece que estamos naturalizando o fator morte”, conta a pedagoga.

Falta de segurança

Tanto na rede municipal de educação quanto na estadual, as preocupações com os critérios de segurança contra o coronavírus são constantes para as profissionais. As entrevistadas afirmam ser impossível manter o distanciamento social nas salas de aula, mesmo com o sistema híbrido e quantidade reduzida de estudantes presentes.

Para piorar, em Curitiba algumas escolas enfrentam rodízio de abastecimento de água, o que dificulta o cumprimento da orientação para a higienização das mãos. No início do ano letivo, a prefeitura distribuiu álcool em gel e máscaras inadequados para a proteção correta contra o vírus.

Nesse cenário, não há previsão possível de vida normal e segura dentro das escolas, analisam as profissionais ouvidas pela reportagem. “Ou os gestores vão enxergar isso e vamos voltar ao ensino remoto com mais mortos e um caos instaurado ou vão fazer de conta que não estão vendo essas mortes, esses dados”, diz Maria Angela.

Resposta da educação 

À reportagem do Brasil de Fato Paraná, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) respondeu que “o retorno às escolas é pautado pelo cumprimento do protocolo de biossegurança, respeitando todos os cuidados necessários e a respectiva capacidade que se impõe às salas de aula.”

Sobre apoio psicológico, a Seed informou que não possui uma política específica para lidar com o fator emocional nas escolas. No entanto, disse que “o aspecto emocional é fator importante, tanto que a escola é um local de acolhimento e integra a Rede de Proteção, que envolve várias instituições/áreas governamentais ou não, que atuam para solucionar questões sociais de alta complexidade para crianças e adolescentes em situação de risco ou que necessitem de atendimento especializado. Os profissionais, por sua vez, também contam com ações de apoio à saúde física e mental através do Departamento de Saúde do Servidor.”

A Secretaria Municipal de Educação não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Editado por: Fredi Vasconcelos
Tags: covideducaçãoprofessores
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