Mobilizando sua base com a nova pauta de “fraude eleitoral”, Bolsonaro tem sinalizado que aceitará um único resultado em 2022: a reeleição. Em plena campanha antecipada, ao desconfiar da urna eletrônica, Bolsonaro, de forma golpista, ataca o jogo democrático. Na retomada dos trabalhos, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responderam Bolsonaro, endurecendo o tom no embate entre os poderes.
Nesta semana, o TSE, finalmente, tomou uma ação prática: abriu inquérito administrativo para apurar as ações de Bolsonaro, investigação que pode levar à sua inelegibilidade em 2022, e enviou ao ministro Alexandre de Moraes notícia-crime para incluir Bolsonaro no inquérito que investiga a propagação de notícias falsas (fake news).
Ao lado disso, uma articulação de partidos políticos solicitou ao TSE que também interpele Bolsonaro para apresentar provas sobre as supostas denúncias contra a votação eletrônica. Ele já afirmou, porém, que não tem provas de irregularidades. Apenas “indícios”. A família Bolsonaro teve integrantes eleitos várias vezes no mesmo sistema de urnas eletrônicas. Isso reforça que as manifestações sugerem medo da possível derrota eleitoral bolsonarista em 2022. E o pior: são uma nítida ameaça de golpe de Estado.