Minas Gerais

MEMÓRIA

Dia de Marielle Franco é aprovado em primeiro turno pela Câmara de Uberlândia (MG)

Caso aprovada, data será instituída a partir de 2022 no calendário do município

Uberlândia (MG) |
Termos um dia para refletir sobre nossas lutas e em homenagem a Marielle Franco significa resistência. - (Foto: Marco Fávero/BD)

Nesta quinta (05), na 4ª Sessão Ordinária de agosto, a Câmara Municipal de Uberlândia aprovou o “Dia de Marielle Franco: Dia de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres Negras, LGBTQIA+ e Periféricas”.  A votação em primeiro turno teve apenas cinco votos contrários.

Caso aprovada em segundo turno, a data será estabelecida a partir de 2022 no dia 14 de março, relembrando o dia em que Marielle Franco foi assassinada no Rio de Janeiro em 2018.

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O projeto é de autoria da vereadora Dandara Tonantzin (PT) e foi aprovado por votação simbólica. Em plenário, Dandara explicou que a proposta faz parte da agenda Marielle Franco. “Um tratado de defesa dos direitos humanos, compromisso firmado por vereadoras negras e do campo progressista em todo o país”, conta. O objetivo é fomentar debates e combater a violência política enfrentada por lideranças negras. 

78% das candidatas a cargos políticos nas últimas eleições sofreram violência virtual

 


Realidade 

Um estudo do Instituto Marielle Franco em 2020 observou que 78% das candidatas a cargos políticos sofreram violência virtual nas últimas eleições, 62% sofreu violência moral e psicológica e 55% violência racista. 

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Ana Eliza Barreiro, assessora da vereadora Dandara Tonantzin, classificou a aprovação da data como um avanço. “A expectativa do mandato é promover uma discussão sobre os direitos das mulheres negras democraticamente eleitas, pois não basta apenas as elegermos, é preciso termos condições para que elas trabalhem com segurança”, alertou.

“Termos um dia para refletir sobre nossas lutas e em homenagem a Marielle Franco significa resistência. Significa dizermos que nossas vidas importam, que não aceitaremos a violência, que queremos respeito e dignidade”, completou Ana Eliza.

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A maioria das vereadoras e vereadores, em plenário, parabenizaram a iniciativa e enfatizaram ser necessário combater o apagamento histórico de mulheres negras na política. Apenas cinco vereadores, todos homens, votaram contra a proposta.

Agora, o projeto passa por um segundo turno na Câmara e, caso aprovado, será enviado ao executivo para sanção.

 

Edição: Rafaella Dotta