PEC 32

"Reforma administrativa vai destruir o Estado brasileiro", dizem deputados da oposição

Congressistas foram à manifestação realizada em frente à Câmara dos Deputados e discursaram em carro de som

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Manifestantes se reúnem em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília - Paulo Motoryn/Brasil de Fato

Parlamentares da oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que participaram de manifestação nesta quarta-feira (18) em frente à Câmara dos Deputados, em Brasília, disseram que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 de 2020, que institui a reforma administrativa, "vai destruir o Estado brasileiro".

Os congressistas se juntaram a servidores públicos municipais, estaduais e federais que aderiram, em várias cidades do Brasil, a uma "greve geral" contra a reforma. Articulada por entidades representativas de várias categorias de servidores públicos, a manifestação foi realizada em pelo menos 21 capitais.

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Além do desacordo com o texto da PEC 32/2020, que tramita na Câmara e pode ser votada ainda neste mês, manifestantes e entidades reivindicavam a imediata interrupção dos processos de desestatização do governo, como o dos Correios e da Eletrobrás.

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Os manifestantes também pediram o impeachment de Bolsonaro e a volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. Outro alvo dos protestos desta quarta foram a "minirreforma trabalhista" prevista na MP 1045.

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Entre os parlamentares presentes, estavam dois integrantes da Comissão Especial que debate a PEC da Reforma Administrativa na Câmara dos Deputados, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e Rui Falcão (PT-SP). Também discursaram no ato Vivi Reis (PSOL-PA), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Carlos Zarattini (PT-SP).

Privatização dos Correios na pauta

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), que também foi representada na manifestação, anunciou paralisação por tempo indeterminado.

Em comunicado, a federação afirma que aderiu ao movimento para negociar “melhorias das condições de trabalho e reajuste salarial, além de exigir o fim do sucateamento da empresa e do projeto do governo de entregar os Correios para o setor privado.”

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Conforme o Ministério das Comunicações, o objetivo da privatização dos Correios é dar maior agilidade e eficiência ao setor postal e melhorar os serviços prestados à população. A Câmara aprovou, em 5 de agosto, o Projeto de Lei (PL) 521/21, que trata da privatização dos Correios.

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De acordo com o site da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a greve também se coloca contra a retirada de itens Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos ecetistas, 50 entre 79 benefícios teriam sido retirados por decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) durante a campanha salarial de 2020.

Edição: Leandro Melito