A revisão das tarifas de energia elétrica, autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), aumenta a taxa do serviço para os usuários em 7,07%, sendo de 9,02%, em média, para os consumidores conectados na alta tensão e de 6,56%, em média, para os consumidores conectados na baixa tensão. Isso significa dizer que as paraibanas e paraibanos podem ter suas contas de energia elétrica, reajustadas pela Energisa, em até mais de 6,5% do valor que pagam atualmente, a partir de 28 de agosto.
"Esse aumento significa cerca de R$ 153 milhões a mais para empresa e sobre isso ainda entrará tributos, que ao final em um ano 7% de aumento significará cerca de R$ 200 milhões a mais aos consumidores da Energisa da Paraíba.", explicou.
Considerando toda energia vendida pela companhia em um ano (pelos dados da ANEEL) esse aumento significa algo em torno de R$ 50,00/1.000 kWh. A população da Paraíba consome em média 2.000 kWh/ano por família, isso significa que esse aumento representará R$ 100,00 de custo a mais por família no ano. "Evidentemente que este aumento é apenas o aperitivo, os grandes aumentos e o tarifaço maior está sendo postergado para ano que vem e talvez (em função das eleições que a ANEEL não vai querer prejudicar a imagem do Bolsonaro) eles vão jogar para 2023. Ai sim certamente os aumentos virão monstruosos", denunciou Gilberto Cervinski, do coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Abaixo, o relatório da ANEEL, que apresenta o voto da relatora favorável ao aumento da tarifa de energia elétrica, que foi aprovado desde o dia 1° de junho de 2021, e publicizada pela mídia apenas agora.
Segundo Gilberto Cervinski, essa conta pode aumentar ainda mais. "Dias atrás a ANEEL aprovou para algumas empresas 23% de aumento. E a repercussão foi muito negativa. Então eles estão tentando jogar muita coisa para cobrar mais adiante, e por isso tem um acordo velado na ANEEL para que neste momento de pandemia os aumentos não passem de 10%. Fica muito feio aumentar tanto enquanto o povo está morrendo, perdendo emprego, tudo aumentando e o salário baixando", alertou Gilberto.
Gilberto Cervinski também afirmou que custa barato produzir energia hidrelétrica pois as empresas usam um recurso natural, que é a água. Para ele, após a privatização do serviço esses aumentos passaram a ser recorrentes e o preço aumentou muito. "Na Paraíba, o povo consome 140kW/mês por família. O custo para produzir 1.000 kw/mês nas hidrelétricas sabe quanto custa? R$ 19 reais. E a Eletrobrás entrega essa energia aos consumidores, com seu lucro, taxas e impostos, a R$ 65 reais e a diferença de preços quem vai adicionando são as empresas privadas que lucram aos montes nas costas dos consumidores. As empresas privadas vendem essa mesma energia produzida pela Eletrobrás, de 1.000 kw/mês, por 565 reais aos consumidores. A média nacional que o povo paga pela energia repassada pelas empresas privadas é de R$ 806 reais por 1.000 KW/horas, entendeu?. O fato é que custa barato produzir energia, mas ao povo chega caro, muito caro" explicou Gilberto.
