direitos sociais

Crianças discutem aumento da desigualdade social no Brasil, no Radinho BdF

Com muita diversão, ouvintes mirins são convidados a pensarem em propostas para resolver o problema

Ouça o áudio:

“Eu acho que todo mundo deveria ter acesso as mesmas coisas, independente da classe social”, diz Benjamin Souza - Marcello Casal/ Agência Brasil
Para mim a desigualdade social existe pela má distribuição de renda e pelo preconceito

Considerada por especialistas como o principal desafio do Brasil, a desigualdade social é debatida pela voz de crianças de diversas regiões do país, provando que economia, emprego e política social também é assunto para os pequenos. De quebra, eles conhecem algumas iniciativas colocadas em prática por governos e pela sociedade civil para mudar essa realidade e garantir bem-estar a todos.

“Para mim a desigualdade social existe pela má distribuição de renda e pelo preconceito social”, disse Maria Clara de Lima Carvalho, que tem 11 anos e mora em Triunfo (PE). “Acho que essa situação vem da economia. O preço dos alimentos aumenta e o salário das pessoas não acompanha”, completou Benjamin Weber, de 11 anos, que mora em Curitiba.

Os pequenos são convidados a refletirem sobre como a desigualdade social está presente no seu dia a dia, como o Benjamin Souza, que tem 10 anos e mora em São Paulo: “Na minha escola não tem sabão para lavar a mão e também tinha um telhado quebrado. Eu acho que nas escolas particulares têm mais coisas, como sabão, toalha no banheiro para secar a mão e filtros com água. Eu acho que todo mundo deveria ter acesso as mesmas coisas, independente da classe social”.

Para desvendar os desafios econômicos do país, a criançada recebe uma ajuda da cientista social Letícia Tura, que é diretora executiva da organização não-governamental Fase, que desenvolve ações de combate a desigualdade social.

“As crianças têm um papel muito importante no combate a desigualdade social, porque é na infância que essas desigualdades começam a ser construídas pela falta de acesso a educação, saúde, moradia, terra e renda”, pontuou. “Desde pequenos precisamos ter consciência que temos direitos e que precisamos nos engajar na defesa deles conversando com nossa família, amigos e vizinhos e sendo solidários em situações de desigualdade e injustiça.”

Juros X salário

Teoricamente, todo mundo tem direito a uma moradia digna, a alimentação e a educação, seguindo a Constituição Federal do Brasil. Na prática, no entanto, situações de injustiça ocorrem com frequência e os mais ricos acabam atuando para manter seus privilégios.

Em geral, quem tem muito dinheiro ganha ainda mais com poucos esforços, por meio do rendimento de juros. Quando maior valor investido, maior seu rendimento. Enquanto isso, a maioria das pessoas trabalha duro para ganhar um salário que não chega a ser suficiente para necessidades básicas.

“Essa situação se agravou por causa da pandemia já que muitas pessoas perderam seus empregos. Muitas crianças tiveram que largar a escola para ajudar os pais”, pontua Laura Tamessawa, de 12 anos, que mora em Curitiba.

Existem algumas iniciativas de governos e da sociedade civil para tentar equilibrar melhor as oportunidades. Uma delas é a política de cotas nas universidades, uma ação que garante que pessoas negras, indígenas e quilombolas tenham vagas garantidas no ensino superior.

História, música e brincadeira

Não é porque o assunto é sério que o Radinho BdF deixa de trazer muita diversão para as crianças. Na Vitronhia BdF as crianças podem curtir “Nossa Casa”, de Arnaldo Antunes e “Amanhã de Manhã”, do Tom Zé.

Os ouvintes conhecem a história “O que os Olhos não Veem”, da Ruth Rocha, na voz da contadora história Bruna Melauro. Ela fala sobre um rei que, certo dia, adoeceu de um mal misterioso: “pessoas grandes e fortes o rei enxergava, mas se fossem pequenas e falassem baixinho rei não enxergava ninguém”. O que será acontece?

Para motivar as crianças a refletirem sobre a importância do outro e a agirem em equipe para reduzir as desigualdades, a educadora Lú Mota, da Casa do Brincar, preparou uma brincadeira especialmente para o Radinho BdF, que exige que crianças e adultos trabalhem juntos para alcançar um objetivo em comum. É diversão para toda família.


Toda quarta-feira, uma nova edição do programa estará disponível nas plataformas digitais / Brasil de Fato / Campanha Radinho BdF

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

Edição: Sarah Fernandes