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Grito dos Excluídos e Excluídas chega aos 27 anos; conheça sua história

Movimento se junta ao #ForaBolsonaro e exige participação popular, comida, saúde, moradia, trabalho e renda

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Primeira edição do movimento, no ano de 1995 - Arquivo Grito dos/as Excluídos/as

Em 1995, quando o Grito dos Excluídos e Excluídas foi às ruas pela primeira vez, o lema "A Vida em Primeiro Lugar" ecoava as demandas populares de um país carente de inclusão. A criação do real tinha pouco mais de um ano e contribuiu com uma relativa redução da pobreza, mas não surtiu efeito na desigualdade social brasileira.

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As palavras de ordem da primeira edição se tornaram permanentes no movimento nesses últimos 27 anos. No Brasil de 2021, no entanto, elas têm um peso ainda maior, frente à morte de quase 600 mil pessoas ao longo da pandemia do coronavírus, ao crescimento da fome e à falta de compromisso do governo de Jair Bolsonaro com a preservação da vida da população.

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"Nós levamos esse lema como mote principal. A vida em primeiro lugar", afirma a economista Sandra Quintela, economista, educadora popular, integrante da Rede Jubileu Sul Brasil e uma das organizadoras do Grito (ouça a entrevista na íntegra no tocador de áudio abaixo do título desta matéria).

"Esta ano, especificamente, o lema é por participação popular, comida, saúde, moradia, trabalho e renda já. São as bandeiras específicas e necessárias. A gente precisa levantar a indignação das pessoas e sair desse quadro de anestesia", completa Sandra.

História

O Grito dos Excluídos e Excluídas foi criado a partir da 2ª Semana Social Brasileira, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A escolha do 7 de setembro como data fixa anual do movimento é um chamado para uma reflexão crítica sobre o Dia da Independência.

Como apontam os envolvidos e envolvidas na organização do evento histórico, a ideia é "superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa" para construção de uma sociedade democrática, diversa e com justiça social para todos e todas.

Nesta terça-feira (7), o evento se junta à campanha #ForaBolsonaro, que estará nas ruas de centenas de cidades brasileiras e defende o afastamento do presidente Jair Bolsonaro, a garantia de vacinação de toda a população e comida no prato de brasileiros e brasileiras. 

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"A vida está muito dura para a classe trabalhadora e o grande responsável tem nome e sobrenome. Esse homem só administra transferindo recursos para os ricos", ressalta Sandra Quintela ao comentar a junção dos dois movimentos.

"As pessoas estão morrendo de fome, de vírus e de bala. Neste dia tão simbólico, nós não estamos indo pra rua para enfrentar bolsonaristas, mas para reconstruir um país que está destruído. A gente precisa se embuir de coragem, de esperança, de força e resgatar nosso processo histórico de luta", conclui a economista. 

 

Edição: Leandro Melito