Da prisão ao poder

Quatro ministros do governo provisório do Afeganistão são ex-presos de Guantánamo

Membros do Talibã foram liberados da prisão dos EUA em Cuba em 2014, após acordo com Obama

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Segundo Hernando Ospina, os cubanos convivem com Guantánamo como parte da paisagem, apesar de acreditam que o território deve voltar à Cuba
Segundo Hernando Ospina, os cubanos convivem com Guantánamo como parte da paisagem, apesar de acreditam que o território deve voltar à Cuba - Divulgação

Quatro ministros do governo provisório do Afeganistão, anunciado pelo Talibã na última terça-feira (7), estiveram presos pelas autoridades dos Estados Unidos. Jairulá Jairjwa (Ministro Informação e Cultura), Norulá Nuri (Fronteiras), Abdul Haq Wasiq (diretor serviço inteligência) e Mohamad Fazl (vice-ministro de Defesa) estiveram presos na Base Militar de Guantánamo, território ocupado pelos EUA em Cuba, e foram soltos em 2014 em troca da liberação do sargento estadunidense Bowe Bergdahl, capturado pelo Talibã em 2009. 

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A troca foi negociada durante a gestão de Barack Obama, na qual Joe Biden foi vice-presidente. A Casa Branca afirma que o seu reconhecimento do novo governo afegão dependerá das ações do Talibã. 

Além dos altos funcionários do governo provisório, o atual governador do estado de Khost, Mohamad Nabi Omari, também esteve detido na base de Guantánamo. Khost está a 233km à leste da capital Cabul, na fronteira com o Paquistão, região rica em petróleo. 

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Após a retirada de tropas do Afeganistão, Biden volta a ser questionado diante da composição do novo governo Talibã. 

A China defende que Washington e seus aliados cooperem com ajuda econômica ao Afeganistão após 20 anos de invasão do seu território. O chanceler chinês Wang Yi anunciou o envio de US$ 31 milhões (cerca de R$ 150 milhões) em ajuda humanitária.

Nesta quarta-feira (8), o porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin classificou como uma "etapa importante" o estabelecimento de um governo provisório no Afeganistão depois de "três semanas de anarquia".

A China, que compartilha 76 km de fronteira com o Afeganistão, decidiu manter sua embaixada aberta em Cabul.

Edição: Thales Schmidt