FOME

Custo da cesta básica em Brasília foi o que mais subiu em 12 meses, segundo Dieese

No último ano, produto acumula alta de 34,13%, a maior entre todas as capitais pesquisadas

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Em Brasília, o valor médio da cesta básica de alimentos ficou em R$ 594,59 - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O custo médio da cesta básica de alimentos no Distrito Federal é o mais alto do país no acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese). Entre agosto de 2020 e agosto de 2021, o percentual de aumento do produto na capital do país foi de 34,13%, disparado o maior valor entre 17 capitais pesquisadas. Bem atrás de Brasília, aparecem as cidades de Campo Grande (25,78%), Porto Alegre (25,74%) e Florianópolis (24,24%).    

Divulgada essa semana, a pesquisa mensal do Dieese mostra que, em agosto, o custo da cesta básica aumentou em 17 cidades e diminuiu em quatro. As maiores altas do mês foram registradas em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%). As capitais onde o custo apresentou queda foram Aracaju (-6,56%), Curitiba (-3,12%), Fortaleza (-1,88%) e João Pessoa (-0,28%).

A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 664,67), seguida pelas de Florianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18). Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 456,40) e Salvador (R$ 485,44). Em Brasília, o valor médio da cesta básica de alimentos ficou em R$ 594,59, o oitavo maior valor entre as capitais pesquisadas.  

Com base na cesta mais cara que, em agosto, foi a de Porto Alegre, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.583,90, o que corresponde a 5,08 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. 

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em agosto, ficou em 113 horas e 49 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em julho, quando foi de 113 horas e 19 minutos. 

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em Brasília, para comprar uma cesta básica de alimentos, quem recebe o salário mínimo compromete 58,44% da renda. 
 
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), desenvolvida pelo Dieese, é um levantamento contínuo dos preços de um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais, como açúcar, arroz, feijão, batata, leite, manteiga, farinha de trigo, óleo de soja, carne bovina, entre outros.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva