Moradia digna

Movimentos sociais protestam contra a falta de política habitacional do governo Bolsonaro

Os atos acontecem nesta terça (5) em Brasília

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A marcha por moradia em Brasília aconteceu nesta terça (5) - Divulgação/ União Nacional Por Moradia Popular

Movimentos de moradia de todo o país protestam em Brasília nesta terça-feira (5) contra a falta de política habitacional do governo Bolsonaro para os segmentos sociais de menor renda.

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Os protestos fazem parte da Jornada Nacional de Luta por Moradia, que marca o Dia Mundial do Habitat, data proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) para provocar reflexões sobre a exclusão no acesso às cidades e à moradia digna.

Até às 16h de hoje, os protestos serão realizados nas sedes do Ministério do Desenvolvimento Regional, Ministério da Economia e Caixa Econômica Federal.

Em plenária, os participantes vão discutir sobre o direito à cidade, políticas contra o despejo, contra a privatização das terras públicas e debater a retomada da participação popular na construção das políticas urbanas.

Hoje, o grupo vai promover protestos para denunciar o desmonte das políticas urbanas. As entidades vão apresentar e protocolar uma sugestão de projeto de lei para moradias populares construídas com autogestão, sistema que atende ao segmento de baixa renda e era adotado pelos governos de Lula e Dilma.

Em reportagem de Rodrigo Gomes, para a Rádio Brasil Atual, a coordenadora da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, Evaniza Rodrigues, afirma que os sem teto consideram que hoje a moradia é uma emergência no Brasil.

“A data de hoje é para lembrar que a pauta da reforma urbana, das cidades, da moradia, está absolutamente abandonada no governo de Jair Bolsonaro, seja pelos corte de orçamento, de até 95%, seja pelo fim de políticas públicas, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV)”, afirma.

O coordenador do Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD) no Distrito Federal, Tobias Pereira, destaca que as políticas urbanas “foram extintas ou retroagiram significativamente”, tornando o acesso à direitos fundamentais da população menos democrático.

Ele ressalta que, nos últimos dois anos, os movimentos populares estiveram presentes em dezenas de reuniões com agentes do governo para travar um debate sobre políticas urbanas. No entanto, não houve avanços nas discussões. “Nas vias do diálogo não avançou, agora só nos resta a mobilização popular”, destaca.

A Articulação Nacional dos Movimentos Populares Urbanos é composta pela Central de Movimentos Populares (CMP), pela Confederação Nacional das Associações  de Moradores (CONAM), Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Movimento Nacional pela Luta por Moradia (MNLM), Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD) e a União Nacional por Moradia Popular (UNMP).