Avanço histórico

Após 30 anos de desenvolvimento, OMS recomenda vacina contra malária que pode impactar África

Mais de 260 mil crianças africanas com menos de 5 anos morrem de malária por ano

Brasil de Fato | São Paulo |

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No Brasil, cerca de 90% dos casos de malária acontecem na região amazônica - Fotos públicas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (6) que recomenda a adoção de uma "histórica" vacina contra a malária em crianças da África subsaariana e outras partes do mundo com alta incidência da enfermidade. A decisão é resultado de um programa piloto em Gana, Quênia e Malawi que já atingiu mais de 800 mil crianças desde 2019.

"Este é um momento histórico. A tão esperada vacina contra a malária para crianças é  um avanço para a ciência, a saúde infantil e o controle da malária ", declarou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Em 2019, de acordo com dados da OMS, foram registrados cerca de 229 milhões de casos de malária no mundo — e 409 mil mortes. A África representa 94% dos casos e mortes causadas pela enfermidade e as crianças com menos de cinco anos são as mais afetadas. A OMS estima que mais de 260 mil crianças africanas com menos de 5 anos morrem de malária por ano.

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“Durante séculos, a malária perseguiu a África subsaariana, causando imenso sofrimento pessoal”, disse Matshidiso Moeti, Diretor Regional da OMS para a África. “Há muito esperamos por uma vacina eficaz contra a malária e agora, pela primeira vez, temos uma vacina recomendada para uso generalizado."

O imunizante deve ser aplicado em 4 doses em crianças a partir de 5 meses de idade e planos de financiamento deverão ser elaborados pela "comunidade global de saúde ", informa a OMS. De acordo com a revista Science, a vacina terá um preço de US$ 5, cerca de R$ 27.

Edição: Arturo Hartmann