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Petrobras sobe gasolina e gás de cozinha em 7,2%, mas minimiza: "Primeiro aumento em 58 dias"

Empresa estatal divulga comunicado com nova alta dos preços

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Preço médio da gasolina passará de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro; gás de cozinha irá de R$ 3,60 para R$ 3,86 por kg, equivalente a R$ 50,15 - Pedro Ventura/Agência Brasília

A Petrobras anunciou nesta sexta (8) aumentos de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha em suas refinarias. O preço do óleo diesel, que já foi aumentado na semana passada, permanecerá o mesmo. Segundo a empresa estatal, o litro da gasolina irá de R$ 2,78 para R$ 2,98 vendida por suas refinarias. O reajuste médio é de R$ 0,20.

O quilo do gás de cozinha irá de R$ 3,60 para R$ 3,86, o que representa alta de R$ 0,26. Dessa forma, os 13 quilos que são usados pare preencher um botijão convencional custarão na refinaria o equivalente a R$ 50,15.

Em nota, a Petrobras afirmou "que é o primeiro aumento em 58 dias". Contudo, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, no acumulado nos últimos 12 meses até setembro, a gasolina subiu 39,6% no país e o gás de botijão avançou 34,67%.

De acordo com a Petrobras, esses ajustes "são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras".

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Nesta quinta-feira (7), o preço do barril de petróleo Brent – referência internacional – fechou acima em US$ 81,95, renovando máximas de cotação desde o final de 2018. No começo do ano, o preço médio estava abaixo de US$ 65. O dólar atingiu R$ 5,5160, a maior cotação desde 20 de abril.

"QUEM DECIDE É O PRESIDENTE"

Os brasileiros têm sentido no bolso os sucessivos aumentos do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no entanto, ora ataca o imposto estadual (o ICMS), ora altera a porcentagem de biodiesel obrigatória no óleo, e sempre ataca a principal estatal brasileira. 

 “Temos o petróleo e as refinarias estatais aqui e pagamos como se tivéssemos comprando em outro continente” , afirmou, em entrevista ao Brasil de Fato, o coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindpetro/MG), Alexandre Finamori.

Segundo o sindicalista, a perseguição à Petrobrás e à soberania nacional não é nova, mas a violência do desmonte atual tem o agravante do momento histórico, em meio a uma crise sanitária e humanitária.

"A gasolina está com esse preço por decisão do presidente da República. A Petrobrás, mesmo sendo de economia mista, ou seja, tendo ações na bolsa de valores, tem como maior acionista o governo federal. A política de preço adotada pela empresa, o PPI, é uma decisão da atual gestão da empresa e o presidente da república poderia solicitar a alteração", afirma.

Edição: Anelize Moreira