Mobilização

Índigenas ocupam oleoduto em protesto contra derramamento de petróleo na Amazônia peruana

Grupo de mais de 200 pessoas está há uma semana em uma das unidades da estatal Petroperú

Brasil de Fato | São Paulo |
A mobilização recebeu o apoio de grupos indígenas do país - Petroperú

Desde o dia 4 de outubro, um grupo de cerca de 200 indígenas ocupa a Estação 5 do Oleoduto do Norte do Peru, no distrito de Manseriche e na Amazônia peruana. A mobilização é organizada pela Federação Nativa Awajún Rio Apaga e o grupo Povos Afetados pela Atividade Petroleira.

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A ocupação demanda por um lado o cumprimento de acordos ambientais já assinados, como a realização de atividades de reparação ambiental e a criação de um fundo para financiar a descontaminação das áreas impactadas pelas operações petrolíferas iniciadas há décadas.

Há também reinvindicação da construção de infraestrutura adequada para garantir serviços essenciais como saúde e educação na região.

De acordo com dados oficiais, pelo menos 37 derramamentos de petróleo do oleoduto foram registrados entre 1996 e 2016. O grupo de proteção ambiental EarthRights International afirma que as comunidades indígenas locais foram afetadas pela contaminação da água potável e grandes declínios na produção agrícola.

Os manifestantes montaram acampamentos dentro das instalações e anunciaram que continuarão ali até que o recém-eleito governo do presidente Pedro Castillo atenda a todas as suas demandas.

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Em nota, a Petroperú afirma que a ocupação ocorre de maneira ilegal e pediu que os indígenas apresentem suas demandas por meio do diálogo com as instituições e mantendo a "paz social".

Em agosto de 2020, ainda sob o governo do presidente Martín Vizcarra, três indígenas foram mortos e 17 ficaram feridos depois que as forças de segurança peruanas reprimiram violentamente um protesto contra a empresa canadense de energia PetroTal, acusada de poluir a região.

Edição: Arturo Hartmann