Eleições 2021

Candidatos à presidência do Chile participam do segundo debate eleitoral

Os temas abordados incluíram direitos humanos, migração e a acusação constitucional contra o presidente Sebastián Piñera

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Candidatos à presidência chilena em segundo debate televisionado; eleição acontecerá no dia 21 de novembro. - Reprodução

Seis semanas antes da eleição no Chile, prevista para o dia 21 de novembro, o segundo debate televisionado dos candidatos à presidência aconteceu na segunda-feira à noite (11).

Segundo a mídia local, os candidatos mostraram consenso sobre a natureza crucial do pleito, o que, além do presidente, permitirá a eleição de deputados e senadores, bem como de conselheiros regionais.

Durante a troca de opiniões, na qual seis dos sete candidatos mediram forças durante quase três horas, discutiram a situação dos direitos humanos, o tratamento da questão migratória, a situação em Araucanía e a acusação constitucional contra o atual presidente, Sebastián Piñera, entre outros.

 

 

Algumas ideias do debate

No quesito reativação econômica, a imprensa local destacou o projeto de Gabriel Boric (Apruebo Dignidad) de criar 500 mil empregos durante seu eventual mandato. Boric ressaltou que estes novos postos de trabalho estariam voltados principalmente para às mulheres.

Também anunciou um plano de investimento verde com apoio de capital estrangeiro e o estabelecimento de um salário mínimo acima da linha de pobreza.

 

 

Em relação à crise migratória, a maioria dos candidatos criticou o tratamento anti-humanitário dos migrantes por parte do governo Piñera e defenderam um processo migratório ordenado.

A "proposta" mais chamativa foi a de José Antonio Kast (Partido Republicano): construir uma vala para bloquear a entrada de migrantes indocumentados no país.

Em relação à região de Araucanía, houve consenso entre Yasna Provoste (Nuevo Pacto Social) e Boric de convocar um diálogo liderado pelo Estado como ponto de partida para encontrar soluções para a situação de violência.

Kast e Sebastián Sichel (Chile Podemos Más) tomaram uma posição diferente sobre o assunto. Enquanto o primeiro defendeu a invocação da Lei de Segurança Interna do Estado e da Lei Antiterrorista para combater grupos armados, o segundo apontou que a região está militarizada e o Estado deve garantir à segurança.

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A mídia local informou que, ao abordar a situação atual de Piñera, investigado por crimes tributários, suborno e corrupção para a compra e venda da empresa mineira Dominga nas Ilhas Virgens Britânicas, Eduardo Artés (Unión Patriótica) e Marco Enríquez-Ominami (Partido Progresista) apoiaram enfaticamente a acusação constitucional apresentada contra o presidente na legislatura.

Assim como o primeiro debate, este não contou com a presença de Franco Parisi (Partido de la Gente), que está fora do país.

A rota das urnas


De acordo com a última pesquisa publicada pela empresa Cadem, o candidato da oposição Boric lidera a corrida presidencial (21% das intenções de voto), seguido pelo Kast pró-governamental (18%).

O terceiro e quarto lugares são ocupados por Provoste (13%) e Sichel (10%). A pesquisa também mostra que Kast enfrenta a maior rejeição do eleitorado, pois recebeu a desaprovação de 30,1% da amostra pesquisada.

*Tradução de Fernanda Paixão