Direitos Humanos

Trabalhadores da Amazon e Google publicam carta contra venda de tecnologia militar para Israel

Texto destaca que o grupo não concorda com a venda de ferramentas usadas para "ferir palestinos"

São Paulo |

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Helicóptero militar de Israel sobrevoa mesquita em área ocupada da Cisjordânia. - Hazem Bader / AFP

Cerca de 300 trabalhadores da Amazon e outros 90 do Google publicaram carta no jornal britânico The Guardian em que criticam a decisão de seus patrões de vender tecnologia militar para Israel. O grupo não concorda com o "Projeto Nimbus", uma venda fechada em abril deste ano por USS$ 1,2 bilhões, cerca de R$ 6,5 bilhões, de serviços de nuvem para os setores civis e militares de Israel.

"A tecnologia que nossas empresas foram contratadas para construir tornará a discriminação sistemática e o deslocamento executado pelos militares e pelo governo israelenses ainda mais cruéis e mortíferos para os palestinos", afirma a carta.

"O Projeto Nimbus é um contrato de US$ 1,2 bilhão para fornecer serviços em nuvem para os militares e o governo israelenses. Esta tecnologia permite maior vigilância e coleta de dados ilegais sobre os palestinos e facilita a expansão dos assentamentos ilegais de Israel em terras palestinas."

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O grupo ainda se diz contra a venda de tecnologia militar para instituições dos Estados Unidos e destaca um "padrão perturbador de militarização" e "falta de transparência" nas empresas em que trabalham.

A missiva defende que a tecnologia deve servir para "aproximar as pessoas e tornar a vida melhor para todos". Para chegar nesse cenário, diz o grupo, "as empresas para as quais trabalhamos precisam parar de fazer contratos com qualquer organizações militarizadas nos Estados Unidos e além."

Edição: Arturo Hartmann