Volta às aulas

Mães e pais cobram direito de manter aulas remotas até imunização completa dos filhos no Paraná

Sindicato solicitou uma reunião com a Secretaria de Educação para que as famílias sejam ouvidas

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Pais protestaram pelo direito de não retorno às aulas presenciais até imunização completa dos filhos - Giorgia Prates

 

Pais e mães de alunos da rede estadual de ensino realizaram um protesto em frente à Secretaria do Estado da Educação do Paraná, nesta quinta feira (14). Em ato organizado com apoio da APP-Sindicato, familiares denunciaram a medida da gestão Ratinho Jr em obrigar o retorno presencial para estudantes do ensino público estadual. A reivindicação é pelo direito de continuarem optando pelo ensino remoto pelo menos até os adolescentes completarem a imunização contra o coronavírus.

 “Meus filhos não tomaram nem a primeira dose ainda e agora o governo quer uma volta para a sala de aula, com 30, 40 ou até 50 alunos em uma turma. Eu sou professora aposentada e sei do que estou falando. Eu tenho comorbidades, meus filhos ficaram em casa assistindo as aulas e deu tudo certo. Primeiro a vacina e depois o retorno”, conta uma mãe que participou do ato e não quis ser identificada.

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Pais e mães querem a imunização completa dos filhos antes do retorno às aulas presenciais / Giorgia Prates

Falta de segurança 

Recentemente o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apresentou um relatório apontando que as escolas enfrentam problemas estruturais para receber os estudantes.  Parte significativa das escolas da rede estadual de ensino do Paraná não está plenamente adequada para receber de volta seus alunos, professores e funcionários, afastados durante meses das aulas presenciais em função da pandemia da Covid-19. É o que aponta relatório preliminar de auditoria realizada pela Primeira Inspetoria de Controle Externo (1ª ICE) do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) sobre o cumprimento dos protocolos de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus por parte das instituições de ensino.

Junto à falta de condições para assegurar a prevenção ao coronavírus nas escolas, muitas famílias ainda se sentem inseguras devido à demora na vacinação dos adolescentes no Paraná. Após o protesto, a APP Sindicato solicitou uma reunião entre os pais e mães e o Secretário de Educação do Paraná, mas ainda não obteve retorno. A APP-Sindicato também defende que o governo e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) recebam mães e pais para buscar uma solução.

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Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria de Educação, disse que "respeita a posição dos pais, mas entende que o ensino presencial é essencial para o aprendizado dos alunos e alunas. Além disso, a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos já está em andamento em todo o estado  e a modalidade on-line (remota) segue mantida para os estudantes que estiverem em isolamento ou quarentena para Covid-19, bem como para aqueles com comorbidade, a critério médico, ou em turmas em colégios onde existe o revezamento pela necessidade do distanciamento".

 

 

 

Fonte: BdF Paraná

Edição: Ana Carolina Caldas