EXECUTIVO NA MIRA

Congresso da Colômbia discute relação de políticos com paraísos fiscais

Vice-presidenta, ministra de Transporte e diretor de Serviço de Aduanas foram flagrados no Pandora Papers

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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A chanceler Marta Lucia Ramirez teve participação em uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. - Luisa Gonzalez / AFP

Atendendo a pedido da bancada opositora, nesta quinta-feira (21), o Congresso colombiano debaterá o estabelecimento do controle político sobre funcionários públicos com empresas em paraísos fiscais. A investigação jornalística Pandora Papers revelou a relação de 588 colombianos com empresas offshore, entre eles a vice-presidenta Martha Lucía Ramírez, a ministra de Transporte, Ángela María Orozco, e o chefe da Direção de Impostos e Aduanas Nacionais (Dian), Lisandro Junco Riveira.

A solicitação de pauta foi assinada pelas legendas Colombia Humana, Comunes e Aliança Verde, no dia 5 de outubro, logo após a publicação da série de reportagens investigativas.

A vice-presidenta, a ministra de Transporte e o ministro da Fazenda foram convocados a depor. O Procurador-geral da República, Francisco Barbosa, também deve comparecer à sessão parlamentar.

A oposição busca investigar se a criação de empresas no exterior contribuiu para a evasão fiscal de funcionários públicos. 

Os deputados também querem receber detalhes sobre as movimentações financeiras das empresas registradas e os motivos para não investir o capital no próprio país.

Martha Lucía Ramírez e seus familiares figuram como sócios da Global Securities Management Corporation, nas Ilhas Virgens Britânicas. O fundador da empresa, Gustavo Hernández Frieri, foi preso em 2021 por lavagem de dinheiro que havia sido desviado da estatal venezuelana Petróleos de Venezuela S.A (Pdvsa). A vice-presidenta disse que não pode ser implicada no caso já que vendeu suas ações em 2018.

Enquanto a ministra Ángela María Orozco aparece como sócia da mesma corporação, mas afirma que vendeu sua parte em 2012.

Já o diretor da DIAN possui empresas offshore ativas nos Estados Unidos, com uma conta no Citibank de Miami com cerca de US$ 10 mil (R$ 54 mil). Riveira afirmou que a empresa se tratava de uma operação familiar que não se concretizou e que a sociedade segue ativa como forma de poupança para ele e sua esposa.

* Com informações da Telesur.

Edição: Thales Schmidt