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Programa Bem Viver: estreia do filme Marighella abre debate sobre burocracia na Ancine

Longa premiado internacionalmente teria sido lançado no Brasil em 2018, mas encontrou diversas barreiras burocráticas

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Marighella já foi exibido em festivais em Berlim, Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo e Cairo - Divulgação
Não houve censura direta, mas processo tem sido dificultado pelas vias burocráticas

Na próxima semana estreia o tão aguardado filme “Marighella”, com direção de Wagner Moura, que desde 2019 atravessa barreiras burocráticas para ser lançado no Brasil, apesar de já ter percorrido festivais em Berlim, Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo e Cairo. Para a atriz Bella Camero, que atua no longa, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) acabou por dificultar o lançamento da produção.

“Não houve censura direta, mas cada vez mais o processo tem sido dificultado pelas vias burocráticas. O que era dito para gente é que exigiam documentações que antes não eram necessárias, com grande demora nas respostas. Dava uma sensação de censura mas desse jeito sinuoso”, disse em entrevista ao programa Brasil de Fato Entrevista, repercutida na edição de hoje (27) do Programa Bem Viver.

Carlos Marighella foi um guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar, ainda na década de 1960, chegando a ser considerado inimigo número um do regime. O filme retrata os últimos cinco anos de vida do guerrilheiro, da saída do Partido Comunista Brasileiro, onde militou e se tornou deputado federal, até a criação da Aliança Nacional Libertadora (ALN) e a incursão do movimento na luta armada contra a ditadura.

No longa, Seu Jorge interpreta Carlos Marighella e Bella vive uma guerrilheira que lutou ao lado dele na ALN. Apesar de a primeira expectativa fosse de lançamento do filme em 2018, a atriz afirmou que é extremamente importante que um filme sobre Marighella esteja em cartaz no Brasil neste momento da história.

“No filme podemos conhecer mais sobre alguém que lutou de forma magistral e abdicou da vida pessoal pelo que acreditava, pelo coletivo. É uma figura importante que a gente só conhece como um terrorista e um radical, mas ele é muito mais que isso”, disse. “As pessoas foram ficando mais anestesiadas, com pouco movimento, mas ao mesmo tempo temos exemplos de quem topou correr riscos pelo coletivo, como (a vereadora carioca) Marielle Franco, que foi assassinada. Que essas histórias vieram inspirações para a gente não entre na apatia.”

A escolha do período de lançamento do filme não foi à toa: em 4 de novembro de 1969, o militante Carlos Marighella era assassinado pela Ditadura Militar. Entre os eventos de lançamento do filme está prevista uma projeção no assentamento Jacy Rocha, no município do Prado, extremo sul da Bahia, em 6 de novembro, seguindo os protocolos de segurança devido a pandemia. Estarão presentes o diretor Wagner Moura e os atores Bruno Gagliasso e Henrique Vieira, que atuam no longa.

CPI da Covid-19

Ontem (26), senadores aprovaram por sete votos a quatro o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, apresentando pelo relator o senador Renan Calheiros (MDB). A pedido de parlamentares ele incluiu outros 12 nomes na lista de indiciados, entre eles assessores e ex-assessore do Ministério da Saúde, pessoas envolvidas em vendas paralelas de vacinas e gestores públicos de saúde do Amazonas.

Ao todo, são 78 pessoas indiciadas e duas empresas. Entre os nomes estão o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acusado de nove crimes entre eles crimes contra a humanidade como extermínio e perseguição. O documento inclui ainda projetos para par punir fakenews e criar pensão para os órfãos da pandemia.

Mas mesmo com esse peso relacionado à CPI, muita coisa acabou virando meme no Brasil e é difícil não consumir parte desse conteúdo. O Brasil de Fato relembra algum dos mais marcantes nesses quase sete meses de Comissão.

Inhame

O Inhame até pode ser um alimento comumente deixado de lado, ignorado nas feiras e esquecido na geladeira, mas muita gente que é fã desse tubérculo e sabe fazer delícias com ele.

Pelo seu potencial nutritivo e pela sua cremosidade natural, ele é um ótimo ingrediente para substituir de forma mais saudável o creme de leite e o requeijão em receitas doces e salgadas. Por isso, ele já é considerado um coringa na alimentação vegana.


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Edição: Sarah Fernandes