PROTESTO

Comunidade escolar realiza ato contra gestão arbitrária na periferia de São Paulo

Protesto ocorreu no sábado (30). Falta de prestação de contas e ausência de protocolos da Covid estão entre as denuncias

Belém (PA) |
Ato ocorreu no sábado (30) em frente à escola Samuel Wainer, localizada em Capão Redondo (SP). - Divulgação/Apeoesp

No último sábado (30), a comunidade escolar de Capão Redondo, distrito pertencente à subprefeitura do Campo Limpo, na região sudoeste de São Paulo (SP), realizou uma manifestação em frente à escola estadual Samuel Wainer.

Os manifestantes alegam que a atual gestão escolar é intransigente e não dialoga com pais, professores e alunos.

 "Pedimos o retorno da gestão democrática, o fim do assédio moral contra os professores, a falta de funcionários na escola pela adoção de protocolos contra a covid-19", enfatiza o professor de história José Guedes.

Participante do ato, ele leciona na unidade educacional há 10 anos e conta que, há dois, a relação ficou insustentável.

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"Nós os professores, os alunos e os pais decidimos fazer essa manifestação porque estamos indignados e revoltados com a falta de diálogo por parte da gestão com o grupo de professores e com o grupo da comunidade escolar e fizemos essa manifestação para marcar perante a comunidade que nós não vamos aceitar mais isso", disse. 

Os manifestantes apontam que a falta de diálogo ficou evidenciada com a não prestação de contas por parte da administração da escola e a decisão de pintar o banheiro dos meninos de azul e das meninas de rosas, o que para José Guedes é uma afronta ao papel da escola de acolher e promover a diversidade. Outro foco da manifestação é o possível fechamento do período noturno na unidade. 

 "Não era um mundo completamente consensual, mas sempre foi democrático onde se trocavam opiniões sobre todos os temas educacionais, gerais, pedagógicos e os específicos e há dois isso isso não acontece", ressalta Guedes. 

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Antes do ato realizado no último sábado (30), as reivindicações foram discutidas e acordadas em assembleia com o corpo administrativo e pedagógico da escola. 

Na próxima quarta-feira (3), uma reunião entre pais, docentes e uma representante da escola irá discutir os pontos denunciados pelos professores.

O que disse a Secretaria de Educação de São Paulo?

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informa que mantém diálogo com toda a rede, através de suas diretorias de ensino, e que preza pela comunicação com a comunidade escolar e transparência em toda gestão. A Diretoria de Ensino Sul 3 realizou reunião com professor que esteve à frente da manifestação, na última sexta-feira (29) para esclarecimento dos fatos.

A Pasta esclarece que a Escola Estadual Samuel Wainer permanece com as turmas noturnas abertas e assegura a continuidade dos protocolos de segurança e prevenção à covid-19  já conhecidos, na retomada obrigatória das atividades presenciais nesta e em todas as outras escolas da rede, tais como: uso de máscara, disponibilização de sabonetes e álcool em gel para manutenção das mãos limpas, ambientes ventilados, fluxo de entrada e intervalos alternativos, aferição de temperatura de todos - considerados estratégias fundamentais para o controle do vírus no ambiente escolar. 

A Seduc-SP e a Diretoria de Ensino se mantêm à disposição dos pais, responsáveis e alunos para qualquer esclarecimento.

Edição: Leandro Melito