GÁS DE COZINHA

Aprovado na Câmara e no Senado, Auxílio Gás só depende da aprovação de Bolsonaro

Petrobras aponta que preço do gás hoje é o maior do século; Auxílio Gás reduzirá preço do botijão em até 50%

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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O preço do gás de cozinha já ultrapassa os R$ 100 e aperta o orçamento familiar de brasileiros e brasileiras - Pedro Ventura/Agência Brasília

Segundo o Observatório Social da Petrobrás, os preços do gás de cozinha caminham para o recorde do século, já ultrapassando os R$ 100 no botijão de 13kg. Com os aumentos sucessivos do produto, o valor tem apertado no bolso do brasileiro, que tem comprado o item com cada vez mais dificuldade.

“Em relação ao salário que a gente recebe, que não teve muita alteração, ficou muito difícil todo mundo consumir gás. Ficou a brecha das pessoas usarem outras alternativas que não são viáveis, que não são boas”, acredita a aposentada Maria da Paz Vieira.

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O tema chegou ao Congresso Nacional a partir do Projeto de Lei nº 1374/21, com autoria do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) e coautoria de diversos parlamentares do PT de outros estados, incluindo os pernambucanos Carlos Veras (PT-PE) e Marília Arraes (PT-PE). O PL propõe que seja concedido um auxílio para custear 50% do valor de um botijão de 13kg a cada dois meses pelos próximos 5 anos. 


Os preços da Petrobrás estão atrelados aos preços dos combustíveis no mercado internacional, que é cotado em dólar/ Pablo Vergara

“Ele é muito importante e chega em um momento que a população brasileira mais precisa. São 125 milhões de brasileiros e brasileiras com dificuldade de acesso à alimentação digna, as pessoas voltaram a cozinhar com lenha, com combustíveis, com inflamáveis, as pessoas estão se acidentando, teve pessoas que chegaram a óbito. O Congresso Nacional não podia ficar inerte a esta situação, teria que tomar uma providência”, pontua Carlos Veras.

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Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a medida é de extrema importância para minimizar os impactos para a população. Mesmo assim, a entidade aponta que o Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras seria uma das principais causas do aumento e que precisaria ser revista pelo governo. “Então, é fundamental, é importantíssima essa medida emergencial, mas isso não resolve o problema, o que resolve o problema é o fim do PPI”, analisa o secretário financeiro da FUP, Diego Liberalino.

Ele explica: “Esses aumentos estão relacionados à política de preços da Petrobras. Logo após o golpe de 2016, uma das primeiras medidas do governo Temer foi implantar na Petrobras o que chamamos de PPI, o Preço de Paridade de Importação. E o que significa isso? Os preços da Petrobrás estão atrelados aos preços dos combustíveis no mercado internacional, que é cotado em dólar, mais o custo para trazer para o Brasil, como fretes, seguros, taxas portuárias, etc. Então, isso fez com que o preço explodisse no mercado nacional”.

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O projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, seguindo para sanção presidencial. “Eu espero que o Presidente da República sancione este projeto, porque nada ele tem feito para proteger a população brasileira, para garantir um mínimo de condição de sobrevivência da população brasileira”, afirmou deputado federal, que espera que isso aconteça o quanto antes. “Nós esperamos que logo logo as famílias tenham o direito a 50%, no mínimo, no valor do botijão de gás para poder comprar este item tão importante para as famílias brasileiras poder cozinhar, poder cuidar da sua alimentação. Vamos seguir vigilantes aqui no Congresso Nacional, esperando o mais rápido possível”, conclui.
 

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga