Segurança pública

Deputado faz alerta sobre saúde mental de policiais militares do Paraná

Casos recentes de agressão a civis e suicídio são "sintomas de uma doença que se arrasta há anos", diz Goura (PDT)

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Goura: “Não vamos nos calar na defesa dos Direitos Humanos, incluídos os direitos dos servidores e servidoras da segurança pública" - Foto: Dálie Felberg/Alep

A Polícia Militar do Paraná tem estado nos holofotes nas últimas semanas. Ações violentas, agressão contra civis, perseguição política e descaso com a saúde mental são alguns dos temas que rondam as forças de segurança no estado. Nas palavras do deputado estadual Goura (PDT), as forças de segurança do Paraná estão demonstrando, recentemente, "sintomas de uma doença que se arrasta há anos."

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Na sessão ordinária do dia último dia 26, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o deputado chamou a atenção para a saúde mental dos servidores da segurança pública do Paraná.

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Ele usou como exemplos dois casos recentes: a agressão sofrida pela empresária Stephany Rodrigues, na Cidade Industrial de Curitiba, no dia 23 de outubro, durante uma operação de fiscalização realizada pela Polícia Militar; e o caso do Soldado da Polícia Militar Nelcindo Zanchi Junior, atentou contra a própria vida no dia 20 de outubro, em Londrina.

Goura ressaltou que os alertas sobre a saúde mental dos policiais estão sendo dados há muito tempo e citou a realização de uma audiência pública na Alep que discutiu o tema, em novembro de 2019.

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À época, a Major Cristina Muzeka, que atuou durante anos como Chefe do Centro Terapêutico da PM-PR, afirmou: "Nós temos um grande número de sofrimento, esse sofrimento que não pode ser dito. O que não sai na fala, às vezes sai na bala, contra si mesmo, o suicídio, ou um ato de violência maior do que o necessário para a comunidade."

Em nota pública, Goura disse ter protocolado, através da Comissão de Direitos Humanos da Alep, junto ao Deputado Tadeu Veneri (PT), requerimentos cobrando providências e informações urgentes para esclarecimento dos casos citados.

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“Não vamos nos calar na defesa dos Direitos Humanos, incluídos os direitos dos servidores e servidoras da segurança pública. Cobraremos políticas públicas, valorização das carreiras, cursos de requalificação e reposição de equipamentos para o trabalho. Assim como exigiremos que o Estado responda à altura quando as forças de segurança pública atentarem contra a vida da população”, finalizou.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini