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arte

Artigo | Artista Maria Macêdo usa a palavra para incendiar o mundo

A exposição no Centro Cultural do Banco do Nordeste Cariri, a artista apresenta um corpo vivo, ligado à terra e família.

04.nov.2021 às 17h06
Juazeiro do Norte (CE)
Lívio Pereira

Maria Macêdo enfrenta, negocia, dá um golpe e ginga para lançar sua palavra ao mundo. - Foto: Lívio Pereira

Alguns dias depois do acontecimento que foi voltar a visitar galerias com a exposição “Cura”, de Eliana Amorim, fui arrebatado pela exposição de Maria Macêdo, “Incendiar com a boca o mundo”. Maria, nasceu como quem acende uma vela, iluminando caminhos. Essa chama que se ascendeu lá em Quitaiús, no município de Lavras da Mangabeira, localizado na região metropolitana do Cariri, por onde ela tem alastrado essa chama e por onde vive hoje, entre o Sítio de Pedra do Fogo, em Juazeiro do Norte e Crato, mas vez em quando sai derramando a cera dessa vela bonita Brasil adentro.

Nessa exposição que ela montou no Centro Cultural do Banco do Nordeste Cariri, a artista apresenta um corpo vivo, ligado à terra e à família – os que estão por aqui agora e os de sua ancestralidade. Maria apresenta esse corpo através do verbo, um corpo que não se submete nem se engana com as estruturas colonizadoras da sociedade ou do sistema da arte. Ela enfrenta, negocia, dá um golpe e ginga para lançar sua palavra ao mundo.

Logo de cara somos tomado pelo vermelho das paredes, que dão por encerrada a era do cubo branco, mas mais que isso, nos levam para os terreiros (ou quintais de terra batida do sertão) e nos enraízam na Terra. Vermelho que abre os caminhos para as obras da artista que ocupam o espaço com uma força mineral.


Maria Macêdo torce as palavras como poucas pessoas são capazes e nos lança orações vigorosas, que germinam em nossa massa cinzenta. / Foto: Lívio Pereira

A palavra é uma matéria fugaz, mas que na mão de Maria vira semente criativa potente que, impressa sobre tecidos, dão substância e voz a fabulações de mundo, como vemos na instalação Feitiçamentos da língua (2021). Ela torce as palavras como poucas pessoas são capazes e nos lança orações vigorosas, que germinam em nossa massa cinzenta. Verbo que ao nos tocar age como: “usar a palavra como quem enfeitiça a própria língua”. Ela nos apresenta um verbo fluido, não vem com fórmulas estáticas “perfeitas”. Ali é feitiço lançado e trabalhado por quem recebe. 

E como quem diz ao mundo que ela está viva e presente, um dos encantamentos é montado no alto do prédio do Centro Cultural, transbordando a galeria para a rua, convidando as pessoas que por ali passam e tocando os céus que passam sobre o cruzo das ruas São Pedro e São Francisco.

O corpo se apresenta também nas performances – Dança para um futuro cego (2021), Procissão para os corpos que não morreram (2020) e Para reflorestar uma terra seca ou como construir Fortaleza (2020). Três trabalhos apresentados em fotos e vídeos onde Maria nos faz lançar um novo olhar sobre os caminhos do povo sertanejo, sobre a relação do interior com a capital, do mar como sertão que já foi mar, sobre o cuidar da vida. Quando falo vida estou querendo falar de forma ampliada, vida como essa sopro que alimenta fauna, flora e a Terra.


A palavra é uma matéria fugaz, mas que na mão de Maria vira semente criativa potente. / Foto: Lívio Pereira

Incendiar com a boca o mundo é uma ode à vida com todas as coisas que esta vida tem, suas contradições, suas dores, amores, lutos e lutas. É um chamamento de atenção para nós, público, para que olhemos sobre como temos levado a nossa vida, que é por essência coletiva, que necessita de outros humanos, de laço social. 

Na instalação Olho d’água (2021) Maria faz esse ajuntamento das águas que é caminho e vida, com potes de água doce, que poderiam ter sido extraídas de rios ou poços profundos e que de alguma forma deságuam no Atlântico, fazendo seus caminhos pela terra ou em nossos corpos. Ela ainda junta e confronta essa natureza morta dos concretos com as espadas de São Jorge, terra e frutos da Timbaúba.

Cuidem em acompanhar essa importante artista contemporânea, que entre outras coisas apresenta agora na virada do ano trabalhos no Centro Cultural São Paulo – CCSP, na Mostra de Arte da Juventude do SESC e no Salão de Irajaí.

*Trabalhador da cultura e militante social.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Francisco Barbosa
Tags: artebrasil de fato cecaririexposição
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