Violência

Com medo, assentados do MST na Bahia recebem proteção policial para não abandonarem lotes

Assentamento Fábio Henrique foi atacado por grupo de bolsonaristas no dia 2 de novembro

Brasil de Fato | Prado (BA) |
Veículos foram incendiados e baleados pelos homens que atacaram o assentamento - Foto: MST

Moradores do assentamento Fábio Henrique, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fica no município de Prado, no sul da Bahia, estão com medo de permanecer no local, mesmo após o envio de reforço policial para a região.

Na última terça-feira (2), o assentamento foi atacado por um grupo bolsonarista, que desde 2019 tenta tomar a área do movimento. Os homens estavam armados, dispararam contra os assentados e fizeram reféns.

Dois dias depois, em 4 de novembro, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, determinou proteção policial para o assentamento. Desde então, três viaturas da Polícia Militar guardam a entrada do local.

Apesar da presença dos policiais, os assentados seguem com medo de permanecer no local. “Tem muita gente com medo, mas resistindo. Alguns saíram do assentamento e foram para a cidade (Prado), com medo de novos ataques. Há um receio de sair do lote e perdê-lo para esses grupos que nos atacam há dois anos aqui na região”, explica Eliane Oliveira, da Direção Regional do MST no Sul da Bahia.

Em nota, divulgada no dia 3 de novembro, o movimento já havia atribuído os ataques aos “grupos bolsonaristas à nível local e nacional”. De acordo com Oliveira, os assentados reconheceram alguns dos homens que atacaram o assentamento. O MST e assentados que foram vítimas do ataque fizeram Boletim de Ocorrência e aguardam a investigação policial.

Edição: José Eduardo Bernardes