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Radinho BdF promove ‘Conferência do Clima das Crianças’ e discute preservação do meio ambiente

Combater o desmatamento, as queimadas e a emissão de gases do efeito estufa é o principal desafio da atualidade

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O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo: são mais de 116 mil espécies de animais e 46 mil espécies de plantas - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Não existe planeta B. Só temos essa casa e precisamos cuidar dela

Por que só adultos participam da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), que ocorre até o próximo dia 12 na Escócia? Com essa pergunta em mente, a edição de hoje (10) do Radinho BdF convidou crianças que vivem próximas à natureza e que já sentem de perto os impactos do desmatamento e da poluição para encontrar soluções para a crise ambiental que o planeta enfrenta.

“Devemos cuidar das florestas por vários motivos. Uma deles é que lá é a casa da nossa vegetação, tão importante para o nosso país e para o mundo”, disse Maria Eduarda Macedo, que tem 12 anos e mora em São Bernardo do Campo (SP). “Eu me sinto muito mal de ver essa destruição das florestas e dos habitats dos animais.”

O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo: são mais de 116 mil espécies de animais e 46 mil espécies de plantas no território do país, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Toda essa riqueza natural, porém, tem sido ameaçada pelos interesses de grandes empresas exploram recursos da natureza visando lucro sem se preocupar se animais, plantas, ar e solo terão condições de se recuperar. Isso pode colocar em risco até a vida humana.

“É importante preservar as florestas porque ela garante o alimento dos animais e porque é uma grande fonte para os cientistas descobrirem novas espécies e novos medicamentos”, diz Júlia Gomes, que tem 10 anos e mora em Ladário (MS). “Meu pai é militar e de vez em quando vai ajudar os ribeiros, eles também precism de uma floresta para viver melhor.”

Atualmente, os biomas mais afetados são Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, presentes em boa parte do país. As ações de degradação são feitas por empresas em busca de madeira e minerais e também por grandes fazendeiros que queimam as matas para ampliar suas áreas de cultivo.


Na imagem, Walelasoetxeige Suruí, conhecida como Txai Suruí, discursa na Cúpula dos Líderes Mundiais na COP 26 em Glasgow / Kiara Worth/UNFCCC

COP 26

De olho nos desafios de diminuir o impacto das ações no meio ambiente, líderes da maioria dos países estão reunidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi um dos únicos líderes do mundo que não foi ao evento e mandou representantes à conferência.

O principal nome do Brasil no evento foi Txai Suruí, líder indígena do povo Paiter Suruí, do estado de Rondônia. Ela fez história discursando para as principais autoridades do mundo de cocar, com pinturas tradicionais do seu povo e falando sobre o desmatamento e sobre a violência contra os povos indígenas.

“Eu tenho só 24 anos, mas meu povo vive há pelo menos 6 mil anos na floresta Amazônica. Meu pai, o grande cacique Almir Suruí me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a Lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo. Precisamos tomar outro caminho com mudanças corajosas e globais”, disse.

No evento, 103 países assinaram um documento se comprometendo a reduzir a emissão de gases poluentes no ar em até 30%, até 2030, em especial o gás carbônico e o metano, liberados em queimadas, pelos grandes rebanhos de bois e pelo uso de combustíveis.

Pensando soluções

Crianças e adultos podem trabalhar em conjunto para proteger o meio ambiente. Uma forma de fazer isso é não comprar produtos de empresas que poluem e desmatam. Também é possível cobrar governos por políticas ambientais e apoiar movimentos populares que trabalham em defesa do meio ambiente.

“As crianças têm um papel muito importante no cuidado com o meio ambiente. Elas podem se engajar mudando seus hábitos e comportamentos e conversando com colegas e familiares sobre isso. Nas redes sociais é importante não curtir nem compartilhar fotos de pessoas explorando animais para que isso não se torne algo normal”, diz a bióloga Julia Trevisan, da organização não governamental Proteção Animal Mundial.

Outra dica é adotar ações individuais para tornar o local que você vive o mais preservado possível. O que facilita é que dá para fazer isso brincando, em uma caça ao tesouro, a brincadeira dessa edição do Radinho BdF.

“Eu acho super importante as crianças tomarem partido, poque se não promovermos mudanças agora, não vamos ter um mundo para as futuras gerações ou para nos mesmos daqui a alguns anos”, disse Bruna Sachs, de 12 anos, moradora do Rio de Janeiro. “Não existe planeta B e como temos só essa casa precisamos cuidar dela. Se temos a possibilidade de diminuir danos, porque não?

Diversão garantida

Para embalar essa discussão importante, as crianças podem curtir “A Ordem das Árvores”, de Tulipa e Ruiz e “Que tal?”, dos Grande Pequeninos. E, de quebra, elas conhecem um conto popular russo chamado “O Grande Rabanete”, que mostra como a união é fundamental para superarmos grandes desafios.


Toda quarta-feira, uma nova edição do programa estará disponível nas plataformas digitais. / Brasil de Fato / Campanha Radinho BdF

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

Edição: Sarah Fernandes