PANDEMIA

Covid-19: Alemanha bate recorde de novos casos e Rússia, de óbitos

Nos dois países, o aumento do número de casos de covid-19 está relacionado à resistência contra a vacina e está levando

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Cerca de um terço dos alemães que ainda não se vacinaram resistem em aderir à imunização - Michał Beim/WikiMedia Commons

Pela terceira vez em uma semana a Alemanha registrou recorde de novos casos diários de covid-19 desde o início da pandemia. Foram 39.676 infecções contabilizadas em 24 horas, nesta quarta-feira (10), de acordo com o Instituto Roberto Koch (RKI).

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Até então, os maiores números haviam sido registrados na sexta e quinta-feira da semana passada – com 37.120 e 33.949, respectivamente. Há uma semana, os novos infectados estavam na casa dos 20 mil, quase a metade do índice atual, o que revela o agravamento da pandemia no país.

“Continuamos vivenciando, pelo menos nas UTIs, uma pandemia de não vacinados, o que volta a pressionar o sistema, porque o número de não vacinados é muito grande”, alertou o ministro da Saúde, Jens Spahn.

::: Alemanha tem maior incidência de covid-19 desde o início da pandemia :::

De acordo com o médico Christian Drosten, chefe de Virologia no hospital Charité de Berlim, um dos mais importantes da capital alemã, trata-se de “uma verdadeira situação de emergência no momento”, afirmou, em referência à situação de muitas UTIs pelo país.

O hospital teve de cancelar cirurgias, pois as equipes estão ocupadas cuidando dos pacientes internados com covid. “Temos de fazer alguma coisa agora”, apelou Drosten. De acordo com reportagem da DW Brasil, são várias as unidades de saúde operando próximo do limite na Alemanha.

Até o momento, 67,3% da população alemã foi completamente vacinada. Contudo, assim como vem ocorrendo nos Estados Unidos e vários países europeus, os não vacinados continuam resistindo a aderir à imunização.

Veja também:

Rússia

A Rússia também registrou recorde de mortos pela covid-19 num único dia. E também lá os números trágicos podem ser atribuídos à resistência contra a vacinação. De acordo com autoridades do governo, foram 1.239 óbitos registrados nesta quarta-feira (10). Assim como na Alemanha, a nova onda é provocada pela variante delta.

Nesta semana, o país havia saído de um “megaferiado” de 11 dias, encerrado no domingo (7), que foi adotado para estimular o isolamento e tentar conter o avanço da doença. No entanto, entre terça e quarta-feira, foram mais de 38 mil novos casos de covid-19, sendo quase 4 mil deles em Moscou, segundo boletim oficial do governo.

Nesse sentido, o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, disse ao parlamento que 12 regiões do país podem ficar sem oxigênio em dois dias ou menos, se as reservas não forem reabastecidas.

Covid no Brasil

Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (10) mostra que 98,6% das 5.467 cidades que responderam ao levantamento afirmaram que adotaram algum tipo de medida restritiva contra a covid-19 no ano passado. São 76% os que disseram ter chegado a instalar barreiras sanitárias. Por outro lado, apenas 18 municípios não registraram casos da doença em 2020, todos com menos de 10 mil habitantes.

Em 93,8% dos municípios com casos, houve internações, sendo que em 88,8% deles ocorreram óbitos. Destes, 23,6% informaram que o número de doentes ultrapassou a capacidade de leitos e de UTIs públicos e privados disponíveis. Mais da metade (58,2%) teve de ampliar o número de leitos. Outros 12,3% instalaram hospitais de campanha e a esmagadora maioria (91,6%) teve de encaminhar pacientes para outros municípios.

Nesta quarta, o Brasil registrou 280 óbitos confirmados pela covid-19, totalizando 610.036 desde o início do surto, em março de 2020. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foram confirmados 12.273 novos casos nas últimas 24 horas.