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Radinho BdF: Crianças discutem alimentação saudável a partir do Guia Alimentar Brasileiro

A dica de ouro é evitar os alimentos ultraprocessados e apostar nos in natura, em especial os da época, típicos do local

Ouça o áudio:

Participar do preparo da refeição motiva a alimentação em crianças - Jim Welintom /Pexels
Alimentação saudável é arroz, feijão salada, o que a gente planta sem veneno e come

O que é uma alimentação saudável? Como tomar as melhores decisões na hora de comprar comida? E aquele produto com personagens queridos da criançada, pode?! Para responder a essa e outras perguntas, a edição de hoje (17) do Radinho BdF convida crianças e especialistas para a conhecer o Guia Alimentar da População Brasileira, publicação do Ministério da Saúde, com dicas simples e importantes para não errar.

“Alimentação saudável é arroz, feijão salada, o que a gente planta sem veneno e come”, diz Annita Maria, que tem 10 anos, e mora no Assentamento 14 de Agosto, em Rondônia. “Eu como banana no café da manhã e no almoço e na janta eu como arroz feijão e alface”.

Comer bem e de forma saudável pode ser muito simples, sem que seja necessário gastar muito dinheiro em produtos importados, vendidos como uma revolução alimentar. O segredo está em apostar nos alimentos frescos, da época e típicos da região em que a criança está.

É importante também saber que a forma de preparar os alimentos influencia na saúde. O ideal é sempre usar pouca gordura, óleo, sal e açúcar no preparo. Por isso, o melhor é comer em casa, a comida preparada pela família, para que se tenha controle de como ela foi feita.

“Aqui as frutas mais típicas são o açaí, o cupuaçu, a pupunha, manga e jambo”, contou Sofia, que tem sete anos, e mora em Outro Preto do Oeste (RO).

In natura X ultraprocessados

Uma das dicas mais importantes do Guia Alimentar da População Brasileira é optar pelos chamados alimentos in natura, aqueles obtidos direto das plantas e dos animais, sem passar por processos industriais. É o caso do brócolis, do agrião, da maçã, do tomate e da berinjela, por exemplo.

Depois deles, o ideal é escolher os chamados alimentos minimamente processados, aqueles que passaram por algum processo de limpeza, separação e embalagem antes de chegarem ao mercado, mas que não recebem outras substâncias, como açúcar, sal, gorduras e conservantes. Alguns exemplos são o arroz, o feijão, o grão de bico, as castanhas, a farinha de mandioca e o café.

E se os alimentos in natura e os minimamente processados devem ser a base da alimentação, do outro lado é importante evitar os chamados alimentos processados e os ultraprocessados, aqueles que não existem na natureza e geralmente são produzidos por indústrias, com uso de substâncias químicas.

“A alimentação é mais que a ingestão de alimentos e nutrientes. A fala de como os alimentos podem ser combinados e como devem ser preparados”, diz a nutricionista janine coutinho, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). “A alimentação adequada deriva de um sistema ambientalmente e socialmente sustentável. Isso diz respeito a forma como os alimentos são produzidos, comercializados e consumidos.”

Como escolher?

Em uma ida ao mercado com o Radinho BdF, as crianças aprendem brincando como identificar alimentos ultraprocessados. A dica de ouro é ler o rótulo: quanto mais ingredientes um produto tiver, maior a chance de ele ter passado por diversos processos químicos.

Outro ponto para prestar atenção é que ingredientes o produto tem: “um exemplo são os extratos de tomate. O primeiro tem dois ingredientes: tomate e açúcar. Já o segundo tem também glutamato monossódico e realçador de sabor’, disse a produtora do Radinho BdF, Sarah Fernandes.

Outra dica é descobrir se perto de casa existem hortas comunitárias, inclusive nas cidades. Em diversos municípios, coletivos utilizam terrenos ocupados por torres de energia para cultiva alimentos orgânicos e vendê-los por um preço justo.

No entanto, com a alta no preço registrada no Brasil nos últimos meses, famílias tem tido dificuldades de adquirir alimentos mais saudáveis e por vezes acabam apostando nos ultraprocessados, que são mais baratos. O consumo de miojo no país, por exemplo, teve um aumento exponencial em 2021.

“Pela falta de dinheiro as pessoas têm que comprar coisas mais baratas, tipo um danone, que não e muito saudável”, diz Gabriel de Queiroz, de 10 anos, que mora em Recife (PE).

Diversão garantida

Além de conhecer mais sobre os alimentos, as crianças se divertem com músicas, brincadeiras e contação de histórias. A Vitrolinha BdF desta edição esta recheada com “Gostosuras Naturais”, do Mundo Bita e com a trilha sonora do famoso desenho brasileiro “Irmão do Jorel”.

Na história do dia, a criançada conhece “Pascoalzinho Pé-de-Chão”, um coelho para lá de esperto que com sua família entende a importância da distribuição de terras para que todos tenham acesso a alimentos saudáveis.

Para terminar, o arte-educador Victor Cantagesso ensina uma nova brindeira, que é um passatempo delicioso para todas as horas: qual é a fruta? É só usar a imaginação e se divertir!


Toda quarta-feira, uma nova edição do programa estará disponível nas plataformas digitais / Brasil de Fato / Campanha Radinho BdF

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

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Esse programa foi feito em parceira com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).

 

Edição: Sarah Fernandes