Conta de luz

Manifestação em Niterói (RJ) denuncia tarifas abusivas de distribuidora de luz no estado

Segundo o MAB, organizador do ato, a Enel atende 7,6 milhões de consumidores e tem com a quarta tarifa mais alta do país

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Ação simbólica na sede da Enel, distribuidora de energia no Rio, denunciou política tarifária da empresa - Comunicação MAB-RJ

Os sucessivos aumentos na conta de luz motivaram um protesto na manhã desta quinta-feira (18), em frente à sede da Enel Distribuidora, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

A ação simbólica, organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), denunciou a política tarifária abusiva da empresa que tem afetado principalmente a população de baixa renda.

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Segundo o MAB, a Enel Distribuidora do Rio de Janeiro é uma das mais caras para o consumidor, com a quarta tarifa mais alta do país, ocupando a 25ª posição no ranking nacional de qualidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2020.

A empresa privada atende 7,6 milhões de consumidores, distribuídos em 66 municípios fluminenses. Somente no estado do Rio, a distribuidora teve um lucro de mais de R$ 20 bilhões esse ano. "Para a Enel o lucro. Para o povo a fome. O preço da luz é um roubo. Fora Bolsonaro", dizia uma das faixas estampadas no protesto.

“Enquanto tem gente passando fome, existem empresas estrangeiras lucrando muito às custas do povo com as contas de luz. Essas empresas estão alinhadas às políticas do governo Bolsonaro e Paulo Guedes, integradas com a política de morte e fome do governo que tem feito o povo sofrer as consequências”, avalia Silas Evangelista, da coordenação nacional do MAB.

O Brasil de Fato entrou em contato com a empresa para um posicionamento oficial, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

“Escassez Hídrica”

A nova bandeira tarifária chamada Escassez Hídrica impôs uma taxa extra nas contas de luz, subindo de R$ 9,49 para R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Silas explica que "a política das bandeiras tarifárias é um dos grandes problemas do preço da luz no Brasil". Ele ressalta ainda que a Aneel tem autorizado as empresas distribuidoras reajustarem o preço da energia apoiadas na falsa ideia de "crise hídrica". 

“A bandeira aumenta na medida que as empresas querem. A agência reguladora (Aneel) advoga para as empresas do setor elétrico, em nenhum momento para o consumidor. Essa é a política  de preço que, ao longo dos anos, tem aumentado a conta de luz. Esse ano em especial eles jogaram as águas dos reservatórios fora e alegaram uma crise hídrica que na verdade não existe. Segundo o próprio operador nacional do sistema, a água dos principais reservatórios têm sido jogada fora. É uma política de lucro”, afirma.

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Além de Niterói, os atos ocorreram simultaneamente nesta quinta (18) em outras duas cidades do país onde a Enel atua, em Fortaleza, no Ceará, e em São Paulo capital. Eles pediram a revisão do aumento do preço da luz, e que não seja permitido o corte de energia para famílias que não tenham condição de pagar, ou estejam inadimplentes.

Além disso, os protestos também exigiram o cumprimento da lei que dá o direito de acesso automático à Tarifa Social de Energia Elétrica para a população de baixa renda, e a isenção da tarifa de energia para as famílias cadastradas no CadÚnico até o final da pandemia.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Clívia Mesquita