direitos humanos

Governo Bolsonaro corta verba para cisternas. Entenda os riscos no Programa Bem Viver

Com apoio de Giberto Gil, campanha da sociedade civil arrecada verba para construir um milhão de cisternas

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Entre 2020 e 2021 o corte orçamentário para construção de cisternas chegou a 94%.
Entre 2020 e 2021 o corte orçamentário para construção de cisternas chegou a 94%. - ASA
Após a saída de Dilma, orçamentos para cisternas reduziram, o que tem provocado fome e sede

Tecnologia fundamental para a qualidade de vida da população do semiárido brasileiro, as cisternas garantem água potável para as casas e armazenamento para as atividades agrícolas, principal fonte de renda da região. Apesar disso, políticas públicas para construção desses reservatórios de água reduziram drasticamente no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deixando milhões de pessoas sem segurança hídrica e produtiva.

“Historicamente, o semiárido é conhecido como a região da seca, da morte, das incapacidades. Nos últimos anos temos apresentado outra perspectiva, de convivência com o semiárido”, diz o coordenador da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Cícero Felix, em entrevista ao programa Central do Brasil, repercutida hoje (22) no Programa Bem Viver. No entanto, após a saída da [ex-presidenta] Dilma Rousseff os orçamentos para construção de cisternas foram reduzidos drasticamente e isso tem provocado fome e sede no semiárido”.

Durante as gestões petistas no governo federal foi criado um programa para incentivar a construção de cisternas, por meio de uma tecnologia barata e eficiente que permite captar e armazenar água da chuva. No governo Bolsonaro, no entanto, a verba para a política vem reduzindo sucessivamente. Só entre 2020 e 2021 o corte orçamentário chegou a 94%.

Para responder falta de políticas públicas, a ASA lançou a campanha “Tenho Sede” que prevê arrecadar verba para construir um milhão de cisternas no semiárido brasileiro. A iniciativa conta com o apoio de personalidades como o cantor Gilberto Gil e sua filha e cozinheira Bela Gil.

Para além do vírus

Uma pesquisa publicada recentemente pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) mostrou como o descontrole da covid-19 no país provocou danos na saúde pública que vão pra além do vírus. Segundo os dados, nos piores momentos da pandemia os números de morte por outras doenças também dispararam.

Isso porque à medida que mais pessoas precisavam de hospitais para tratar o coronavírus, automaticamente havia menos leitos e profissionais para atender a outras complicações de saúde. Isso inclui coisas, por exemplo, acidentes de trânsito, acidentes doméstico e agravamento de doenças crônicas.

Os impactos também foram populacionais. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o registro de óbitos no país cresceu 15% no ano passado em relação ao anterior, a maior alta desde 1984. Ao mesmo tempo, o número de nascimento caiu em quase 5%.

Também chamou a atenção que a queda no número de casamentos, que chegou a 26%, a maior da história.

Literatura africana

O Brasil de Fato levantou uma série de autores de África que estão fora do circuito midiático e das premiações internacionais, mas que realizam trabalhos de grande qualidade, com temáticas fundamentais para avançar no desenvolvimento social e no combate ao racismo.

São diferentes escritores e obras que abordam temas diversos, com narrativas próprias e estilos inovadores de escrita.

Recentemente, premiações internacionais de literatura se voltaram para o continente africano, em especial para escritores negros. Apesar do caráter comercial dos prêmios eles acabam dando visibilidade para nomes importantes da literatura africana e abrindo caminhos para publicações.


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Edição: Sarah Fernandes