Mais de 270 jornalistas de jornais e revistas de São Paulo (SP) se reuniram em assembleia nesta quarta-feira (24) para avaliar a contraproposta do Sindicato Patronal (Sindjore) às reivindicações da categoria.
Os trabalhadores haviam marcado paralisação de 4h inicialmente para a terça-feira (23), mas após o envio da contraproposta a mobilização foi remarcada para esta quinta-feira (25), abrindo uma nova janela de negociação.
“Foi um gesto de boa vontade da categoria. É importante que as empresas entendam que os trabalhadores tampouco querem paralisar, o que queremos é a justa reposição salarial”, lembrou na assembleia o diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) e vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Paulo Zocchi.
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Jornalistas reivindicavam reposição escalonada de seus salários com base na inflação do período de 8,9% (no período de junho de 2020 a maio de 2021), segundo INPC, sendo 5% retroativo a data-base e o restante na folha de novembro para salários de até R$ 11 mil, além da multa da PLR reajustada em 8,9%.
A contraposta patronal – reajuste de 8,9% para salários de até R$ 9 mil, sendo 5% retroativo à data-base em junho e a diferença em janeiro – foi rejeitada por unanimidade pela categoria. Que apresentou uma nova contraproposta reposição de 8,9% para salários até R$ 11 mil; R$ 979 + 6% para salários de R$ 11 mil a R$ 15.150; e R$ 1.228 para salários acima de R$ 15.150. Sendo 5% do reajuste pago retroativo a junho, e o restante em dezembro.
Em São Paulo, as greves históricas de jornalistas aconteceram em 1961, conquistando o primeiro piso salarial, e em 1979, sob o regime militar / Arquivo – SJSP
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“A cada dia que passa a inflação, causada por esse desastre econômico que a gente vive, se pronuncia mais. É claro que a gente mira para o fechamento desta negociação. Agora tudo depende da posição das empresas”, defendeu Thiago Tanji, presidente do SJSP.
Tanji comemorou a alta participação nas assembleias durante a campanha que reuniu centenas de jornalistas. Além do envio na nova contraproposta, foi aprovada a manutenção da paralisação para esta quinta-feira (25) “há disposição da categoria em a gente continuar mobilizado e realizar a paralisação amanhã. O movimento que a gente conseguiu fazer é histórico por ser de ordem prática. A organização coletiva que conseguimos fazer é fundamental para mostrar a força da nossa categoria e para que ninguém mais tenha dúvida de que jornalista é trabalhador”.
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Uma nova assembleia está convocada para o meio dia desta quinta-feira (25), para avaliar a resposta patronal e a manutenção da paralisação.
Fechamento do jornal Agora
A categoria, que se reuniu em duas assembleias no mesmo dia, às 10h30 e às 21h30, recebeu com repúdio a notícia do fechamento do jornal Agora, do grupo Folha de S. Paulo. Enquanto ocorria a mesa de negociação patronal, cerca de 30 jornalistas eram notificados que a última edição do jornal circularia neste domingo (28), e que o site também seria descontinuado. De acordo com a direção da empresa, não irão ocorrer demissões e os profissionais serão absolvidos pelo jornal. O sindicato se reuniu com os jornalistas e está acompanhando o processo e também estuda o que pode ser feito no casos de trabalhadores temporários e freelancers “é muito importante que a gente acompanhe de perto essa transição para garantir, não só os empregos, mas o bem-estar dos trabalhadores”, lembrou Larissa Gould, secretária jurídica do SJSP. O Sindicato também solicitou uma reunião com o RH da empresa.
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Durante a segunda Assembleia do dia, diversos jornalistas prestaram solidariedade aos trabalhadores do Agora e aprovaram uma Carta assinada pelos mais de 270 presentes em apoio aos trabalhadores do veículo.
