Esquerda no poder

Candidato governista reconhece vitória da esquerda nas eleições em Honduras

Nasry Asfura reconheceu a derrota antes das autoridades eleitorais terminarem a apuração do pleito

São Paulo (SP) |

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Nasry Asfura reconheceu a vitória da oposição antes do Conselho Eleitoral - Twitter Nasry Asfura

Mais de uma década depois do golpe de Estado que afastou o então presidente Manuel Zelaya do poder, a esquerda volta a ter o mais importante cargo do Executivo em Honduras. Xiomara Castro foi reconhecida na terça-feira (30) pelo candidato do governismo nas eleições presidenciais, Nasry Asfura, como vencedora do pleito.

"Já disse muitas vezes que não tenho inimigos porque todos os outros candidatos são e serão meus amigos", disse Asfura em seu Twitter. “Hoje me encontrei com Xiomara Castro e toda sua família; fui à casa dela para parabenizá-la pessoalmente e agora digo que a parabenizo por seu triunfo e como presidente eleita.”

Apesar do reconhecimento da derrota, a Comissão Eleitoral de Honduras ainda não declarou o resultado final da apuração dos votos, embora reconheça uma vantagem de Castro na apuração parcial. Além de escolher o presidente, os hondurenhos votaram no último domingo para (28) para eleger 28 deputados ao Congresso Nacional, 298 prefeitos e 20 deputados ao Parlamento Centro-Americano.

Castro, que é esposa de Zelaya, agora governará um país que tem a agricultura como o setor mais importante de sua economia, com destaque para o cultivo de café, banana e azeite de dendê. De acordo com pesquisa da Universidade Nacional, 73% da população do país está abaixo da linha da pobreza, 52% da população está na pobreza extrema, 72% da população está na economia informal e o número de pessoas que migram para fora do país disparou.

O presidente em exercício, Juan Orlando Hernández, e seu antecessor no cargo, promoveram processos de privatizações de setores como água, energia, mineração e saúde, em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Edição: Arturo Hartmann