Paraná

Juventude

Coluna | Trincheiras feministas da história

São as mulheres que têm as condições de vida mais precarizadas em momentos de guerra, ditadura ou projetos neoliberais

Curitiba (PR) |
Coluna da edição 240 do Brasil de Fato Paraná - Arte: Vanda Moraes

Historicamente, mulheres estiveram nas trincheiras lutando pelos direitos de seus irmãos e irmãs e aos ataques a eles dirigidos. Em 2018, construímos nosso mar de bandeiras contra o projeto misógino de Bolsonaro. Temos a certeza de que o segundo turno foi resultado desse tensionamento popular, senão ele venceria no primeiro turno.

Mas por que as mulheres, assim como na União Soviética na ditadura czarista, foram as primeiras a mobilizar seu povo? Porque somos nós que temos as condições de vida mais precarizadas em momentos de guerra, ditadura ou projetos neoliberais.

O projeto de Bolsonaro já enche de rusgas nossa pele, a preocupação e a ansiedade têm nome: aumento do desemprego e da miséria, genocídio da juventude negra e aumento da violência doméstica. São as famílias chefiadas por mulheres as principais acometidas, assim como são as que mais têm seus filhos retirados pela violência policial.

Mas o que justifica o protagonismo das mulheres na luta contra Bolsonaro é a capacidade criativa e coragem de transformarmos nossa dor em luta. Seguimos em marcha até um Brasil livre do ódio às mulheres, do racismo, da exploração do ser humano e, obviamente, de Bolsonaro. Que ele seja uma página terminada da história de dor e luta do nosso país.

*Ana Keil é fonoaudióloga, pós graduanda em educação do campo e realidade brasileira e militante do Levante Popular da Juventude. 

Edição: Lia Bianchini