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Produções de filmes africanos ganham visibilidade: Baobácine tem edições em Recife e Caruaru

Exibições vão até quarta (8) no Teatro do Parque; em Caruaru, a mostra inicia no dia 18 de dezembro

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Programação traz também obras experimentais produzidas em países da diáspora negra - Divulgação/Camera Afrique

A Baobácine – Mostra de Filmes Africanos do Recife, promove sua segunda edição até o 8 de dezembro no Cineteatro do Parque, e nos dias 18, 20 e 21 deste mesmo mês no Sesc Caruaru e Museu do Barro.  Com o tema “Entre territórios e travessias cinematográficas”, o festival contempla filmes clássicos e contemporâneos do cinema africano e traz obras experimentais.

Produzida por mulheres negras de Pernambuco e Rio de Janeiro, a Baobácine tem como objetivo a descolonização do olhar e formação de plateias para o cinema africano. Sua realização é do Fazendo Milagres Cineclube em parceria com o FICINE - Fórum Itinerante de Cinema Negro. A mostra tem incentivo do Funcuntura e apoio da Cinémathèque Afrique da Embaixada da França no Brasil.  

Parte da programação dá destaque para obras produzidas em países da diáspora negra, como Haiti (Uma escavação de nós, de Shirley Bruno) e Cuba (Pattaki, de Everlane Moraes) e o Sudão, cuja produção de filmes é diretamente impactada pelos processos de ruptura política que marcam sua história recente. Serão exibidos quatro filmes sudaneses: Conversando sobre árvores (2019), de Suhaib Gasmelbari, Jamal (1981), de Imbrahim Shaddad, Tajouj (1977), de Gadalla Gubara e Impedimento em Cartum (2019), de Marwa Zein.

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As realizadoras africanas e afrodiaspóricas também possuem destaque na curadoria de Janaína Oliveira e Ludimilla Carvalho. Afora as já citadas Everlane Moraes, Shirley Bruno e Marwa Zein, a mostra tem mais dois filmes dirigidos por mulheres: O livro de Jasmine (2017, Barbados), de Melanie Grant e Contrafeitiço (2019, EUA), de Madeleine Hunt-Erlich. 

A II Baobácine conta com duas atividades paralelas: o minicurso "O cinema e o espelho", que será facilitado pela cineasta Everlane Moraes no Museu do Barro de Caruaru, e a roda de conversa Cinema e Educação, que acontecerá no Teatro do Parque e terá participação de cineastas negros/as e da periferia da Região Metropolitana do Recife e de Caruaru. Da mesma maneira que na primeira edição, expositores e expositoras da Feira Quilombar estarão vendendo seus produtos durante a programação da Baobácine no Recife.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga