meio ambiente

Programa Bem Viver: grilagem é uma das principais causas do desmatamento no Cerrado, diz estudo

“Grilagem verde” acirra o problema. Nela fazendeiros se apossam de áreas de comunidades tradicionais como reserva legal

Ouça o áudio:

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, com 198 milhões de hectares, porém, entre 2010 a 2020, a vegetação nativa reduziu cerca de 6 milhões de hectares - Toninho Tavares / Agência Brasília
Fazendeiros colocam grupos paramilitares para fazer segurança e tentar expulsar comunidades

A grilagem de terras é um dos principais fatores responsáveis pelo desmatamento no Cerrado brasileiro, em especial na região conhecida como Matopiba, que agrega os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Um dos principais problemas é a chamada “grilagem verde”, praticada por grandes fazendas que se apossam de áreas de comunidades tradicionais para serem utilizadas como espaços de reserva legal.

A constatação faz parte de um estudo produzido pela Associação de Advogados e Advogadas dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e pela Rede Cerrado, que é destaque na edição de hoje (7) do Programa Bem Viver. “O estudo demostra a relação entre desmatamento e grilagem de terra. Para combater o desmatamento é fundamental o combate a grilagem”, disse Maurício Corrêa, membro da Associação de Advogados e Advogadas dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.

O levantamento analisou, in loco, os impactos da grilagem em quatro regiões específicas do Matopiba marcadas por grande diversidade populacional e ambiental. Segundo a pesquisa, a grilagem também é uma das principais responsáveis pelo aumento dos conflitos no campo.

“Um ponto importante é a dinâmica da grilagem verde, feita para atribuir reservas legais para grandes fazendas do agronegócio. Elas desmatam todas as áreas de chapadão, não deixam espaços de reserva, e vão atrás de áreas de comunidades tradicionais para colocar ali sua reserva legal”, diz Corrêa. “Esse tem sido um dos principais fatores de recrudescimento dos conflitos no campo. Os fazendeiros colocam empresas ou até grupos paramilitares para fazer segurança, que atuam para tentar expulsar as comunidades dos territórios.”

Nomes das novas variantes

Por que as variantes do novo coronavírus são chamadas por letras do alfabeto grego? Essa medida foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de evitar racismo associado aos países que identificam variantes, reforçando o imaginário negativo da doença com algumas nações.

A primeira variante, identificada no Reino Unido, foi chamada de Alfa. Meses depois, foi identificada a Delta, na Índia, e depois a Gama, encontrada no Brasil.

Especialistas, no entanto, reforçam que mais que pensar na origem do vírus, é preciso destacar que a pandemia é global e que nem sempre é possível definir com precisão absoluta onde cada cepa se desenvolveu.

A chamada gripe espanhola, que causou uma pandemia entre 1918 e 1919, não teve início na Espanha, mas recebeu o nome do país pois foi ele que identificou e divulgou o aparecimento da doença para tentar reduzir os impactos. Apesar disso, a Espanha acabou caindo em um imaginário negativo na época, e ainda hoje, devido ao equívoco de nomear uma nacionalidade para o vírus influenza.

Samba no Papo na Laje

O programa Papo na Laje, uma produção do Brasil de Fato Rio de Janeiro transmitida no Youtube, celebrou o Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro, registrando o envolvimento da juventude periférica com esse ritmo brasileiro.

Foram convidados para a conversa Jonathan Raymundo, que é professor de história e produtor cultural, e Breno Bené, que é músico e compositor. Ambos têm projetos culturais voltados para as comunidades de onde vieram.

Jonathan é o idealizador do festival "Wakanda in Madureira", que acontece na zona norte do Rio. Já Breno é o idealizador do Centro de Cultura Negra Fruta do Pé, desenvolvido em Campo Grande, na zona oeste do Rio, que oferece aulas de percussão, oficina de ritmistas, capoeira e samba.

O Papo na Laje apresenta experiências de protagonismo da juventude das favelas e periferias fluminenses. A iniciativa vai ao ar todas as quintas-feiras e é conhecida nas redes pela hashtag #VemPraLage.


Confira como ouvir e acompanhar o Programa Bem Viver / Brasil de Fato

Sintonize

O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo.

Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS) e Rádio Cantareira (SP).

A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

Edição: Sarah Fernandes