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USP ensina práticas sustentáveis em laboratório a céu aberto

Espaço criado por equipe multidisciplinar vai abrigar atividades que aproximam a população da universidade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O objetivo do USP Sustentabilidade é promover práticas sustentáveis para melhorar qualidade de vida e ajudar a combater a insegurança alimentar - Marcia Regina Mauro/Divulgação

A volta às aulas presenciais na Universidade de São Paulo (USP), que pode ocorrer em definitivo no ano que vem, vai contar com uma iniciativa inédita: um laboratório de práticas sustentáveis a céu aberto. O projeto agrega ensino, pesquisa e extensão, os três pilares da educação superior.

No novo complexo serão desenvolvidas atividades voltadas a quem trabalha e estuda no campus, mas também à população externa. "Nós começamos a juntar as competências e chegamos a esse resultado. Queríamos ter na USP, em um lugar só, espaços para práticas, para demonstração, experimentação e envolver todo mundo", conta o professor Antonio Mauro Saraiva, coordenador do projeto.

Instalado na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, que fica na capital paulista, o USP Sustentabilidade disponibiliza recursos para desenvolvimento de sistemas de compostagem, mecanismos de geração de energia limpa, criação de abelhas, hortas orgânicas urbanas, jardins de chuva e construções ecológicas.

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As possibilidades não param por aí, como explica a professora, Thais Mauad, vice-coordenadora do projeto. "O centro estará em constante movimentação e construção. Nós vamos passar por mitigação de emergências climáticas, pela crise da fome e todos esses tipos de conhecimento são necessários e urgentes da sociedade aprender".

Foi justamente o crescimento da insegurança alimentar no Brasil que levou professores e professoras da USP a discutir a criação de uma horta orgânica na Universidade. A ideia inicial recebeu contribuições de representantes de diversas áreas e foi ampliada para um espaço mais completo de ações.

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Pesquisar e produzir soluções para a fome estão entre os objetivos iniciais do projeto, mas o foco também está nas construções biosustentáveis, nas soluções para destinação do lixo, geração de energia e uma lista extensa de possibilidades "são atividades e são propósitos muito positivos", pontua o professor Saraiva.

No local serão oferecidos cursos, disciplinas e oficinas regulares de técnicas simples, baratas, de baixa tecnologia e que podem ser replicadas em qualquer comunidade. "O nosso desejo é que esse centro esteja lá para todo mundo e que a gente possa acender essa fagulha. É possível transformar o nosso modo de viver", conclui Thais Maud. 

Ouça a entrevista completa com Antonio Mauro Saraiva e Thais Mauad no tocador de áudio abaixo do título desta matéria.

 

Edição: Leandro Melito