MAL DE SAÚDE

Julian Assange sofreu pequeno AVC na prisão em outubro, denuncia sua companheira Stella Moris

A companheira do jornalista afirma que o problema de saúde é consequência da batalha judicial contra a extradição

Brasil de Fato|Recife(PE) |

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Na sexta-feira(10), o jornalista australiano teve uma derrota jurídica. A  Alta Corte do Reino Unido anulou uma sentença anterior que impedia a extradição de Assange para os EUA - Assemblea Nacional Catalana/Flickr

O jornalista e fundador do site Wikileaks, Julian Assange, sofreu um pequeno Acidente Vascular Cerebral, informou a sua companheira, Stella Moris. O problema de saúde teria ocorrido no final de outubro, durante a sua resistência contra a extradição para os Estados Unidos.

O caso teria ocorrido no primeiro dia da análise da apelação dos EUA contra a rejeição ao pedido de extradição do jornalista. O AVC aconteceu no momento em que ele fez uma aparição no Tribunal Superior de Londres por vídeo. Moris acredita que o jornalista passou mal por causa do estresse decorrente da batalha judicial. Assange, que tem 50 anos, está preso preventivamente em Belmarsh, uma prisão de segurança máxima no sudeste de Londres, na Inglaterra. 

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Os médicos que o examinaram concluíram que ele apresentava uma resposta tardia da pupila ao abrir os olhos após estímulos com luz, o que pode sugerir um dano ao sistema nervoso. Stella Moris teme pelas condições de saúde dele daqui pra frente. "Julian está lutando e temo que este mini-derrame possa ser o precursor de um ataque maior. Isso exacerba nossos temores sobre sua capacidade de sobreviver por mais tempo esta longa batalha legal", disse.


 

Na sexta-feira (10), o jornalista australiano teve uma derrota jurídica. A  Alta Corte do Reino Unido anulou uma sentença anterior que impedia sua extradição para os EUA, alegando que ele não tinha saúde mental para enfrentar a Justiça americana. Agora, a Justiça do Reino Unido alega que os EUA oferecem garantias para preservar a vida de Assange. Apesar de estar mais próximo da extradição, ela ainda tem outros obstáculos, inclusive ser aprovada pelo governo britânico. 
 

Wikileaks

Os estadunidenses pedem a extradição de Julian Assage sob acusação de espionagem. Ele tornou público, por meio da plataforma Wikileaks, um volume importantes de documentos do governo dos EUA que revelaram as atrocidades executadas pelas forças norte-americanas no Afeganistão e no Iraque. Pesam contra o jornalista 18 acusações, que poderiam levá-lo à condena de até 175 anos de prisão.

Os documentos foram divulgados em 2010. Depois da repercussão do vazamento, Assange ficou asilado durante sete anos na Embaixada do Equador, em Londres. Em 2019, o presidente equatoriano revogou o apoio e entregou o jornalista às forças policiais britânicas. Há dois anos que ele está preso em Belmarsh, prisão de segurança máxima inglesa. resistindo aos sucessivos pedidos de extradição.

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Autoridades e líderes políticos do mundo denunciam que Julian Assange é vítima de perseguição política. O ex-presidente Lula declarou que o ativista e fundador do Wikileaks deveria ser tratado como um herói mundial. “O Assange deveria ser tratado como herói por ter denunciado ao mundo as falcatruas do Departamento de Estado americano fiscalizando o mundo, fiscalizando governos. Todos os países democráticos deveriam gritar por sua liberdade”, declarou o ex-presidente. 

A ex-presidente Dilma Rousseff também se pronunciou sobre a possibilidade de extradição e se demonstrou preocupada. Para ela, o envio de Assange para os EUA coloca "a vida dele sob risco" e "é um atentado à liberdade de expressão" "Julian Assange está sendo perseguido e esmagado por uma máquina de mentiras manipulada pelo lawfare, e está prestes a ser condenado em nome da barbárie", agregou.

Integrantes de diversos partidos australianos, por sua vez, exigem que o governo pressione Reino Unido e Estados Unidos para que libertem o jornalista. Segundo o jornal britânico, The Guardian. os Verdes australianos exigiram que a ministra das Relações Exteriores, Marise Payne converse "urgentemente com os EUA para que retirem as acusações absurdas e acabem com a tortura de Assange”.

Edição: Mauro Ramos