moradia

Após despejo, moradores da ocupação Dubai protestam em João Pessoa (PB)

Na ocasião, eles também ocuparam o pátio de loja e fecharam por algum tempo a BR-230, em frente à Prefeitura

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Moradores despejados de Dubai fecharam a BR-230 nos dois sentidos na manhã desta terça (14) - Reprodução

Com uma faixa empunhando "Natal sem Sentimentos", os moradores de Dubai, despejados pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, no último dia 23 de novembro, de uma área localizada no bairro de Mangabeira 8, foram às ruas protestar na manhã desta terça (14).

Continua após publicidade

Por volta das 9h, os moradores começaram a chegar e passaram logo pelo pátio da loja a ser inaugurada por famoso apoiador de Jair Bolsonaro (PL), Luciano Hang, localizada no bairro de Água Fria, e lá ficaram em protesto.


Moradores de Dubai no pátio da loja de apoiador de Bolsonaro / Reprodução

O pátio da loja, que ainda espera pela estátua da liberdade, foi inaugurada pelas pessoas despejadas da comunidade Dubai, antes mesmo de abrir suas portas.

Os moradores de Dubai ocuparam a área da recepção do Centro Administrativo Municipal (CAM), da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), que fica localizada no bairro de Água Fria e logo em seguida, fecharam os dois sentidos da BR-230, no trecho que fica em frente à PMJP. Durante cerca de 1 hora, o trânsito ficou congestionado, mas logo depois as vias foram liberadas.

"Não queremos quentinhas, prefeito Cícero Lucena, queremos nossas casas derrubadas", dizia um dos cartazes. Durante a ocupação da PMJP, uma mulher foi agredida por guardas municipais. Segundo os manifestantes, ela estaria grávida.

Desde o último dia 23 de novembro que cerca de 400 famílias foram retiradas da comunidade Dubai e tiveram seus barracos destruídos. Muitos alegam que, durante o despejo, seus animais foram mortos a tiros, e pertences foram quebrados. 

Desde então, mais de 800 pessoas, entre estas idosos, crianças, adolescentes, pessoas com deficiência, grávidas, estão alojadas nos ginásios Hermes Taurino e na Escola João Gadelha, no bairro de Mangabeira, além do ginásio da Escola Profissionalizante Deputado Antônio Cabral (CPDAC).

Até agora, as famílias já denunciaram a distribuição de comida azeda pela PMJP, além das condições que estão instaladas e no último dia 7 de dezembro, vários casos de coronavírus foram diagnosticados entre os que estão alojados nesses locais improvisados pela PMJP.

As famílias protestaram para que seja encontrada uma solução para as famílias e que a moradia delas seja garantida, além disso elas cobram a realização de uma audiência pública para debater o tema e assegurar os seus direitos.

Os manifestantes também tentaram negociar com os secretários municipais e com o prefeito Cícero Lucena (PP), mas sem sucesso, não foram recebidos pelos gestores.

Fonte: BdF Paraíba

Edição: Heloisa de Sousa