Na última sexta-feira (17), cerca de 130 famílias da periferia de Palmeira das Missões receberam um alento para a semana que antecede o Natal: alimentos agroecológicos, produzidos por famílias assentadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e famílias camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Hortaliças, farinha, arroz, feijão, mandioca, ovos, linguiça, leite, pão, bolo, entre outros itens foram garantidos.
A primeira ação foi realizada no bairro Esperança, fazendo parte da campanha Natal Sem Fome, do MST, e Natal Sem Veneno, do MPA. No total, 100 famílias foram beneficiadas. Na segunda ação, realizada no bairro Promorar, mais 30 famílias foram atendidas.
“Não se trata de caridade, é partilha, as famílias assentadas estão dividindo com vocês, trabalhadores e trabalhadoras urbanos um pouco do que tem”, explicou Isaías Vedovatto, dirigente do MST. Marcos Joni de Oliveira, da direção do MPA, também frisou a natureza da ação. “É isso que queremos dizer quando afirmamos que os camponeses estão sempre dispostos a estender a sua mesa para o povo da cidade, assim firmando uma aliança camponesa e operária”.
Sindimara Ribeiro, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Palmeira das Missões, relembrou os períodos de luta pela terra, quando os sem terra eram tratados como bandidos pelas lideranças regionais e recebiam a solidariedades dos trabalhadores e trabalhadoras urbanos. “Hoje estamos aqui, compartilhando a produção, assim como temos feito no Brasil inteiro, e se não fazemos mais é porque os governos estadual e federal não deixam.”
O vice-prefeito, Regis Lorenzoni, agradeceu o gesto de partilha praticado pelos assentados e camponeses, citou os desafios e dificuldades enfrentadas pelo município no combate às políticas nocivas que vêm dos governos Leite e Bolsonaro e a necessidade de união da classe trabalhadora para viabilizar em curto prazo um momento de maior justiça e dignidade para todos e todas.
Cenira Gomes, a polaca, liderança comunitária vinculada ao Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD), frisou que a gratidão das famílias beneficiadas será expressa com muita organização e luta popular. “Estamos mobilizados na base, organizando o povo para lutar por seus direitos, são mulheres, homens e crianças que estão prontos para fazer a sua parte na luta por dignidade, pela reconstrução do nosso país.” No mesmo sentido expressou Lourival Campos, também liderança do MTD, explicando que o que move o povo é justamente a luta “pelo direito a ter na mesa alimento de qualidade, ter trabalho digno, ter um teto para se abrigar e ter seus direitos garantidos”.
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Edição: Katia Marko