Minas Gerais

CONSCIENTIZAÇÃO

Coleta da Vizinhança recolhe mensalmente cerca de 2,5 toneladas de resíduos em Belo Horizonte

Além da recuperação de materiais que iriam para aterros, a ação propicia educação ambiental à população

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O projeto nasceu para suprir a demanda de bairros cuja coleta seletiva pública municipal foi paralisada em função da pandemia do novo coronavírus - Foto: Divulgação

Cerca de 250 famílias moradoras de 20 bairros de Belo Horizonte (MG): atualmente, esse é o impacto da Coleta da Vizinhança. Fruto da parceria entre a Coopesol Leste, o Núcleo Alternativas de Produção da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Rede Lixo Zero, o projeto nasceu para suprir a demanda de bairros cuja coleta seletiva pública municipal foi paralisada em função da pandemia do novo coronavírus. 

“A proposta era pensar em um serviço que fosse seguro, do ponto de vista sanitário, e que os custos fossem compartilhados entre o grupo de vizinhos e a cooperativa”, explica, ao Brasil de Fato MG, Diogo Tunes, um dos assessores do projeto.

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As coletas acontecem quinzenalmente e utilizam a metodologia “Vizinhanças de Coleta”. Dessa forma, os interessados realizam um cadastro, via formulário online, e são direcionados para uma vizinhança, de acordo com o local de moradia, com cronograma de coleta.  "Há também um grupo de WhatsApp, onde as informações sobre a separação, acondicionamento e a própria coleta são compartilhadas”, afirma Diogo. 

O projeto recupera mensalmente cerca de 2,5 toneladas de materiais que iriam para aterros sanitários. Além da recuperação, a coleta, ao envolver as comunidades, propicia educação ambiental à população.

Experimentação de novas práticas

Willian Azalim, também assessor do projeto, explica ainda que os catadores também saem beneficiados, uma vez que “ganham reconhecimento e melhores condições de trabalho e renda”. A iniciativa, além de gerar renda para catadores e prestar serviço de coleta seletiva, propõe a experimentação de práticas inovadoras na gestão de resíduos sólidos urbanos. 

“O teor comunitário coloca moradores, assessores e catadores como gestores do projeto, em uma construção contínua que, em médio prazo, pode apontar caminhos mais eficientes, dos pontos de vista econômico, ambiental e social, para o problema dos resíduos nos municípios”, explica Willian, enfatizando que a experiência pode servir de suporte na construção de políticas públicas.

Custos são compartilhados

A iniciativa é uma proposta de gestão comunitária dos resíduos e, desta forma, os custos da coleta são compartilhados entre moradores e catadores. “É importante ressaltar que nenhuma coleta seletiva se sustenta apenas com a venda dos materiais recicláveis em si”, diz Willian.

Para o ano de 2022 o projeto busca novas perspectivas. “Pretendemos também uma ampliação de ações de educação ambiental, que serão realizadas em conjunto com os próprios beneficiários”, diz Diogo. Para os assessores, o envolvimento da comunidade é a principal forma de enraizar o projeto nos bairros.

Para saber mais acesse o instagram da coleta ou entre em contato pelo telefone: (31) 98427-9598.

 

 

Edição: Larissa Costa