Vergonha alheia

Dallagnol ataca Lula no Twitter e juristas detonam ex-procurador da Lava Jato

“Bem se vê que chumbou em processo penal”, postou o advogado e jurista Lenio Streck

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Dallagnol acusou Lula com base em documento que lembra trabalhos escolares e virou meme na internet - Heuler Andrey / AFP

Em sua conta no Twitter, o ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, agora político profissional e filiado ao Podemos, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lembrando condenações do petista na Justiça.

“Não custa lembrar: Lula foi condenado por corrupção e lavagem em 3 instâncias: JF, TRF, STJ. A condenação foi anulada pelo STF, mas ele não foi absolvido. Alckmin foi acusado por corrupção, caixa dois e lavagem envolvendo mais de R$ 11 milhões pagos pela Odebrecht”, afirmou Dallagnol.

Ato contínuo, juristas foram alertar o ex-procurador da Lava Jato sobre equívocos em sua publicação. “Burro. Dá zero para ele. Bem se vê que chumbou em processo penal. STJ não é instância. Só existem duas. Por isso teve que ingressar no MPF via ação judicial. E deu nisso. Aliás, por que pediu demissão? Lava jato = Juiz e processos suspeitos e incompetentes. Vai estudar”, recomendou o jurista e advogado constitucionalista Lenio Streck.

O criminalista Augusto de Arruda Botelho também interveio. “Oi, Deltan, deixa eu te explicar rapidinho: condenação anulada significa que o processo começa do zero. Se começou do zero não tem mais condenação. No caso específico nem mais processo tem. Então não é uma questão de absolvição, é uma questão de não ter acusação".

Em seguida, Dallagnol pediu que Botelho explicasse sua crítica e justificasse os R$ 15 bilhões que o ex-procurador da Lava Jato alega ter recuperado aos cofres públicos. “Explico sim. Os 15 bi devolvidos eram dinheiro de corrupção. Corrupção essa que se você e seu comparsa Moro tivessem combatido dentro dos limites da lei, a gente não estaria aqui debatendo. Mas cá entre nós, nunca foi sobre combater a corrupção, né? PS: o Lula devolveu essa grana?”, perguntou.

Edição: Leandro Melito