Mercado agropecuário

Contra inflação, Argentina proíbe exportação dos "cortes preferidos" de carne bovina até 2023

Governo federal estabelece novas restrições para o setor pecuário para tentar frear aumento dos preços

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Restrições às exportações de carne bovina já haviam sido aplicadas em 2021 - Reprodução

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina determinou nesta segunda-feira (3) a suspensão das exportações de sete cortes de carne bovina até 31 de dezembro 2023. O objetivo é "criar um equilíbrio" entre o mercado interno e o externo e a medida, afirma o Governo Federal, "foi consensuada com as entidades de produtores (e a indústria frigorífica)".

Costela com ou sem osso, coxão mole e paleta estão entre os cortes que não poderão mais ser exportados. A venda para o exterior de carcaças inteiras também foi vetada.

O governo do presidente Alberto Fernández já havia determinado, em maio de 2021, a proibição total da exportação de carnes por 30 dias e, nos meses seguintes, cotas para a venda do produto ao exterior. A Casa Rosada também estabeleceu o congelamento do preço de 1.432 produtos em outubro de 2021. O tabelamento dos preços nos mercados está programado para expirar na sexta-feira, dia 7 de janeiro.

A Argentina é o quinto maior produtor de carne bovina do mundo.

O preço da cesta básica na Argentina subiu 47,1% entre janeiro e novembro de 2021, na comparação com mesmo período de 2020, afirma o Instituto Oficial de Estatísticas Indec. Já Índice de Preços ao Consumidor, também medido pelo Indec, subiu 2,5% em novembro de 2021 na comparação com o mês anterior — e o aumento dos preços do item "carnes e derivados" foi o que mais contribuiu para a subida da categoria "alimentos e bebidas não alcoólicas".

Edição: Arturo Hartmann