Minas Gerais

SOLIDARIEDADE

Saiba como ajudar as famílias vítimas das enchentes em Minas Gerais

Arquidiocese de Belo Horizonte recolhe doações de alimentos, roupas e materiais de limpeza

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Neste momento a situação é crítica em diversas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte - Foto: Reprodução

Fortes chuvas tem provocado desde o início do ano, mais uma vez, milhares de vítimas entre os mais pobres. Famílias que pouco tinham, perdem seus pertences e moradias, e muitos a própria vida. Tendemos a culpar as chuvas, mas não são elas as culpadas. A intensidade das chuvas é uma resposta da agressão à natureza. Os pobres são mais uma vez as vítimas, pela ausência de políticas públicas efetivas de moradia, saneamento e infraestrutura. 

As comunidades de fé da Arquidiocese de Belo Horizonte, com a articulação do nosso Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental (Veaspam), estão unidas para ajudar as vítimas e os desabrigados pelas chuvas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por meio da Solidariedade em Rede, que reúne paróquias. A Solidariedade em Rede está mobilizada para ajudar as famílias a superarem este momento tão difícil, onde muitos deixam suas casas e seus pertences. 

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A situação se agravou na região metropolitana de Belo Horizonte desde a sexta-feira (7). Desde o início do período de chuva até o domingo (9), Minas tem 14 mortos, 3.224 desabrigados e 13.439 desalojados, além de 138 cidades em situação de emergência, segundo a defesa Defesa Civil. As cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte receberam, entre a noite de sexta (7) e domingo (9), o maior volume de chuva dos últimos 30 anos. Somente entre a noite de sábado (8) e a manhã de domingo (9) ocorreram 30 novos chamados para pessoas ilhadas. Já são mais de 100 rodovias e estradas bloqueadas. Fiquem em casa e evitem viajar.

Diante dessa realidade, a Arquidiocese de Belo Horizonte por meio do Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de Belo Horizonte reforça a importância da ajuda e da solidariedade neste momento e no pós tragédia, para que possam reconstruir suas vidas.

A situação é crítica em diversas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Betim, Brumadinho, Ibirité, Nova Lima (Honório Bicalho), Raposos, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia. Todas recebem acolhimento do Solidariedade em Rede.
 

Belo Horizonte

Três regiões de Belo Horizonte já superaram a média histórico do mês. Barreiro, Centro Sul e Oeste foram as mais atingidas pelas chuvas. Casas desabaram. A avenida Tereza Cristina, entre o Barreiro e a Região Oeste da cidade, as avenidas do Canal e Senador Levindo Coelho, no Barreiro, alagaram. Foram registrados 177 solicitações de risco geológico, e a cidade está sob alerta até terça (11), com risco de deslizamentos, desabamentos e quedas de muros. A Arquidiocese tem diversos pontos de coleta de doações no município que podem ser acessados em neste link.   

Betim

A região mais afetada é Citrolândia, onde o córrego Bandeirinhas, um dos afluentes do Rio Paraopeba, invadiu dezenas de casas, tendo tido um caso de soterramento e morte. As águas alcançaram diversas ruas e a Escola Municipal. As famílias foram para abrigos e casas de parentes, e contaram com ajuda para a retirada de móveis e pertences. Precisam de colchão, água e alimentos, que podem ser entregues no centro de Betim, o telefone de contato é (31) 9 7547-6997. No Assentamento 2 de Julho, de famílias do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), há alerta para famílias que moram próximas ao rio e cuidado com as desalojadas.

A prefeitura decretou "situação anormal de emergência" no domingo (9). As atividades não essenciais foram suspensas até às 23h59 de terça-feira (11).

Brumadinho

O nível do rio Paraopeba, que corta a cidade chegou a sete metros de altura, quando seu nível normal é 1,5 metro; seu transbordamento atingiu dezenas de comunidades urbanas e rurais. Diversas dessas comunidades ficaram isoladas em razão da interdição das estradas. Na BR-381, Fernão Dias, na altura de Brumadinho, parte da pista cedeu e a rodovia foi completamente interditada na tarde de domingo (9), e segue interditada. A Copasa suspendeu no domingo o abastecimento de água na cidade até a noite de terça-feira dia (11), devido a inundação do sistema de captação de água no distrito de Casa Branca. Isso agravou a situação dos moradores que necessitam do envio de água.

A equipe da Arquidiocese na Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser) está com núcleos de apoio de lideranças pastorais espalhados nas comunidades de São José do Paraopeba, Aranha, Canto do Rio, Silva Prado, Coahb, Brumado etc. Estamos com 75 pessoas desabrigadas alojadas no Santuário Nossa Senhora do Rosário, em Brumadinho; 50 pessoas desabrigadas alojadas em estruturas de apoio no distrito de Aranha (Brumadinho); e com 9 famílias que saíram de suas casas com medo de um possível rompimento da barragem de rejeitos de mineração Santa Bárbara, da Vallourec, em Piedade do Paraopeba (Brumadinho).

Precisam de colchão, água mineral, alimentos, itens de limpeza e higiene, colchões, máscaras e álcool em gel que podem ser entregues no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário, em Brumadinho. Os contatos são (31) 3571-1300 ou (31) 9 9872-6266; Igreja São José (Aranha, Brumadinho) (31) 9 9524-6096.
 

Contagem

Em Contagem, um deslizamento de terra atingiu um carro e interditou a Via Expressa, no sábado (8). Houve inundações na Vila Samag, na Vila Epa e na avenida Tereza Cristina. Apenas na tarde de sábado foram mais de 40 ocorrências. A região de Vargem das Flores foi uma das mais atingidas, junto com bairro Estaleiro, Rua Carlos Prates, Vila Esperança e Nova Contagem, onde ocorreram desabamentos e deslizamentos de terra.

Esmeraldas

O bairro Recanto Verde foi muito prejudicado, e obras da prefeitura no local só estão previstas para começar em março/abril deste ano. No bairro Novo Retiro, moradores ficaram ilhados devido a um deslizamento de terra. O bairro São Francisco e São Pedro tiveram ruas transformadas em correntezas. Houve deslizamento de terra e queda de muro, moradores de um prédio foram orientados a sair do local.

Ibirité

A cidade teve alagamento de ruas, deslizamento de barracos que soterrou vítimas, e o desabamento de cinco casas com vítimas que foram hospitalizadas. Diversas casas foram interditadas e 40 pessoas foram retiradas de suas residências. A Defesa Civil municipal recebeu mais de 237 ocorrências, até as 18h do sábado (9). No bairro Petrolina, o transbordamento do rio alagou casas. Pessoas tiveram que ser resgatadas no bairro Novo Horizonte.

Mário Campos

Houve deslizamentos, soterramentos e vítimas. São inúmeras famílias em situação de risco no município. A MG-040 foi bloqueada por uma árvore que caiu. Estamos atuando principalmente na arrecadação e destinação de doações que devem ser levadas para a escola municipal do Centro da cidade, onde estão sendo acolhidas pessoas desabrigadas, ou que ficaram presas em Mário Campos por causa da situação das estradas. A comunidade do Divino Espírito Santo, acolheu um pessoa do Acampamento Pátria Livre.

Há necessidade de colchões, cobertores, itens de higiene pessoal, alimentos, dentre outros itens. O contato pode ser feito pelo número (31) 9 9307-8467.

Nova Lima

Um dique da Mina de água Pau Branco, da mineradora Vallourec, transbordou na manhã de sábado (8), e provocou a inundação e interdição da BR-040. O transbordamento alerta para o perigo do atual modelo de mineração e de barragens. Isso aconteceu próximo de completar três anos da morte de 272 pessoas em Brumadinho e milhares de atingidos em toda Bacia do Paraopeba pelo rompimento da barragem da Vale, no dia 25 de janeiro de 2019, também no período das chuvas.

Em Honório Bicalho, distrito de Nova Lima, dezenas de casas, a igreja e o centro pastoral foram alagados pelo transbordamento do Rio das Velhas. Carros foram submersos e famílias ficaram ilhadas.

Macacos, distrito de Nova Lima, está ilhada por uma enchente que não escoa por causa de um muro, mais alto que um prédio de dez andares, de contenção construído pela mineradora Vale. A parede gigantesca foi construída no curso do Ribeirão Macacos para conter possíveis rejeitos da barragem B3/B4, da mina Mar Azul. Com a chuva dos últimos dias, o nível da água aumentou e não há vazão. Imagens da comunidade local mostram a água próxima a residências e, ao fundo, a contenção provocada pela muralha da Vale. 

Raposos

O Rio das Velhas, que corta a cidade, transbordou e alagou ruas do centro e mais de 300 casas, além de impedir o acesso à cidade, desde a manhã de domingo (9). Moradores atingidos estão sendo levados para escolas. O Centro Pastoral foi colocado à disposição da prefeitura para apoio aos atingidos. As áreas mais críticas são os bairros Várzea do Sítio, Matadouro Vila Bela e a área central. Precisamos de doações de materiais de higiene pessoal, de limpeza e água mineral que podem ser entregues na Quadra do Estrela e na Prefeitura de Raposos.

Rio Acima

A ponte principal da cidade, sobre o rio das Velhas, foi interditada no sábado e famílias ficaram ilhadas e casas alagadas. A cidade precisa de água potável, pois já não se encontra na cidade, colchões e material de limpeza (para o pós enchente). O local para entrega é na Escola Municipal Professora Esmeralda Aleixo de Araújo, na rua Arthur Duarte, 285.

Sabará

Bairros como Paciência, Arraial Velho, Roça Grande estão com as casas perto do Rio das Velhas inundadas. A enchente também atingiu a “Rodoviária Nova” e interditou a entrada de BH. Dezenas de casas foram afetadas e famílias removidas. Há famílias ilhadas em casas e prédios, principalmente em General Carneiro, Roça Grande e do bairro Paciência. A paróquia São Sebastião colocou os três salões como ponto de apoio e interessados podem procurar na rua Holanda s/n ao lado da Matriz; rua Alemanha esquina com Espanha, no bairro Nações Unidas e rua Santos Dumont 588, na Vila São José.

Santa Luzia

O Rio das Velhas transbordou e interditou as duas pontes que dão acesso ao Centro da cidade. A rua do Comércio, bairro Ponte, onde ficam agência bancária, supermercados, padaria, lojas e residências, foi alagada. Famílias foram atingidas e tiveram que ser retiradas de seus locais. No bairro Bom Destino os salões da paróquia estão sendo utilizados para guardar os pertences das famílias, as comunidades pedem ajuda com colchões, alimentos, água, material de limpeza e higiene pessoal. As doações podem ser entregues no Santuário Santa Luzia, rua direita s/nº.

Na paróquia São João Batista, bairro Nossa Senhora das Graças, paroquianos estão com água nas casas e a prefeitura removeu muitas famílias. A paróquia tem fornecido marmitas e ajudas podem ser entregues na paróquia R. São Francisco Assis, 74.

São Joaquim de Bicas

Onze bairros estão parcial ou totalmente ilhados desde a manhã de domingo (9). A aldeia Naô Xohã da Comunidade Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe está ilhada e já perdeu algumas estruturas, como banheiros coletivos. O rio Paraopeba já chegou na casa do cacique e segue subindo. Necessitam de ajuda, o contato é com Sucupira Pataxó (31) 9 9601-8202. As famílias do Acampamento Pátria Livre, do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tiveram as casas próximas ao rio, a secretaria da escola e áreas de plantio inundadas.

Para Doações Financeiras

Vicariato para Ação Social 

– Banco do Brasil - Ag. 3494-0 - Conta corrente – 26227-7   /  CNPJ: 17.505.249/0280-80

Providens Ação Arquidiocesana Social

- Banco Santander – Ag. 3476 Conta corrente- 13077880-2 CNPJ: 17.272.998/0001-86

 

Para mais informações

www.arquidiocesebh.org.br e (31) 3422-6122 ou 3422-7010