AGRICULTURA

Governador do RS cede à pressão de agricultores atingidos pela estiagem e atende parte da pauta

Eduardo Leite se reuniu na segunda (10) com representantes rurais, movimentos sociais do campo e Frente Parlamentar

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Outras demandas dos agricultores e movimentos do campo ficaram para serem tratadas em outra ocasião - Foto: Divulgação ALRS

Diante da forte seca que assola o Rio Grande do Sul e traz grandes prejuízos para o setor agrícola, representantes de agricultores e de movimentos sociais do campo, junto da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, apresentaram uma pauta de reivindicações ao governador Eduardo Leite (PSDB). Na reunião, neste segunda-feira (10), as entidades cobraram ações emergenciais para amenizar a situação.

O governador se comprometeu em atender parte das demandas. Entre elas a anistia dos programas Troca-Troca Milho para agricultores de municípios com decreto de emergência homologado e a priorização de liberação de recursos do Programa Avançar Desenvolvimento Rural. Leite também aceitou a proposta de criação de um comitê permanente para acompanhar a questão da estiagem e de ser o intermediário com o governo federal.

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Outras demandas dos agricultores e movimentos do campo ficaram para serem tratadas em outra ocasião. Para o coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar doRS (Fetraf-RS), Douglas Cenci, a reunião foi positiva, pois mostra que o governo começa apresentar disposição para diálogo.

“Embora os anúncios não atendam as nossas demandas e não resolvam os problemas que os agricultores enfrentam por conta da estiagem, o anúncio da anistia do troca-troca de milho e a criação do comitê para tratar da estiagem são um sinal importante”, avalia.

O deputado Elton Weber (PSB), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, também celebrou a primeira conquista, no último dia 6, de uma pauta elaborada : "Saímos da reunião com o senhor governador com um ponto da pauta já atendido. Precisamos agora trabalhar o restante porque a situação é realmente séria.”

A pauta foi elaborada com Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf)-RS, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag)-RS, Famurs, Federação das Cooperativas Ágropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro) e Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul)

O deputado Zé Nunes, representando a bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), lamentou que o governador se dispôs a avançar na pauta da estiagem com três anos de atraso. “O estado não está recebendo essa seca agora, em alguns lugares é o terceiro ano consecutivo de estiagem. Os agricultores perderam muito, um absurdo o custo da lavoura hoje”, disse. “O governo federal não fez absolutamente nada”, complementou.

Para ele, o governo de Leite precisa ser “mais incisivo, mais objetivo e motivado a pressionar o governo federal em busca da prorrogação de todos os créditos da agricultura e aplicação da Lei Assis Carvalho, pois os agricultores gaúchos precisam”.

Entre as pautas que necessitam de apoio federal estão a ampliação do prazo de Zoneamento Agrícola, a liberação de milho via Conab com 30% de subsídio, a compra de leite em pó com o objetivo de retirar estoque do mercado, Crédito Emergencial de R$ 20 mil por agricultor, entre outras.

O Rio Grande do Sul já tem 175 municípios em situação de emergência, confirme dados da Defesa Civil atualizados nesta segunda-feira (10). Destes, 52 tem decretos homologados e 23 tem situação reconhecida pela União.

* Com informações da Fetraf-RS e Assembleia Legislativa

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira