MÚSICA

Músico gaúcho, Dona Conceição, lança clipe de Pássaro Azul em 20 de janeiro, dia de Oxossi

Com participações de Lia Mara, Alexandra Pessoa, Emilie Lapa e Neuro Júnior, o artista celebra o povo negro

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
A música Pássaro Azul está no primeiro disco do artista, Asé de Fala - Divulgação/ Luís Ferreira

O músico gaúcho Dona Conceição lança, nesta quinta-feira (20), o videoclipe da música Pássaro Azul em seu canal no Youtube. Uma das faixas do primeiro disco de Dona Conceição, Asé de Fala, Pássaro Azul é uma música forte, um estandarte que leva aos quatro ventos os anseios do povo negro de todos os tempos. Uma celebração a Oxossi em forma de gratidão e amor.

A música traz uma participação especial e afetiva para o artista: sua tia Lia Mara, que divide a voz com ele nesta canção. Dona Conceição tocando Ilú de Xangô e voz, Alexandra Pessoa e Emilie Lapa nas vozes e Neuro Júnior no violão completam o time.

“É uma música que reflete sobre a matriz, essas mulheres negras que me formaram, que estimularam meu imaginário. Só tenho gratidão e respeito a minha tia Mara, ela é muito preciosa” afirma Dona Conceição.

:: O olhar poético do músico gaúcho Dona Conceição denuncia o racismo no Brasil ::

O clipe, que começou a ser produzido em 2018 no quilombo de mãe preta Morada da Paz e na casa de sua tia na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, traz ainda as participações da comunidade do quilombo e de seu sobrinho Kelvin. As imagens são de Luís Ferreira e Jhony Sul. "Com o meu roteiro e direção compartilhada com Luís Ferreira, o clipe foi produzido por Josi Arruda" completa o artista.

Explorando diferentes características sonoras, Dona Conceição reafirma sua versatilidade estética, falando sobre afetividade, esse apanhado de sensações gravadas em toda pessoa, que, em sua obra, se dá pelo olhar de um homem negro. "A construção da narrativa do afeto, desejo, amor, historicamente negadas a negros e negras", define o artista.

Sobre o artista


Dona Conceição / Luiza Padilha

Dona Conceição é um artista que resiste e denuncia o racismo e o genocídio da juventude negra através da arte. É cantor, percussionista, compositor, poeta, cineasta, ator e performer. Suas múltiplas facetas são atreladas ao fato de que jovens e negros no Brasil ainda precisam mostrar do que são capazes.

Com apenas 15 anos, Dona Conceição idealizou e coordenou o projeto de inclusão social Nação Periférica, que ensinava percussão aos jovens da periferia de Alvorada (RS). Na contramão das estatísticas contabiliza em seu passaporte carimbos da Europa e da América Central e, em sua casa, prêmios como o Troféu João Cândido - SEPPIR/PR (2013), 1º Prêmio da Diversidade Cultural do Rio Grande do Sul – SEDAC/RS (2014) e o Prêmio Carolina Maria de Jesus, promovido pela FLUP 2018 - Festa Literária das Periferias – RJ.

Em 2018, fez sua estreia como diretor e roteirista de cinema, ao lançar seu primeiro filme de curta metragem "A máquina de moer pretos", no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe. Lançou em 2018 o disco Asé de Fala, com o qual ficou em 6º lugar na lista dos 100 melhores discos lançados naquele ano, promovida pelo site Embrulhador. Foi indicado ao prêmio Açorianos de música, o mais importante do Rio Grande do Sul, na categoria melhor espetáculo de 2018.

Em 2019 integrou o projeto tem Preto no Sul, com o edital Natura Musical, que resultou no EP Amor e Água, lançado recentemente. Também lançou os clipes de Dabudé, música composta para seu pai, e Azul, com Luciane Dom.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira