MORADIA

Ocupação Terra Prometida realiza ato contra reintegração de posse e leilão do terreno

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Ouça o áudio:

A construção de casas na ocupação Terra Prometida, no Jardim Imperador, em pleno vapor - REPRODUÇÃO

Moradores da Terra Prometida, localizada na zona leste de São Paulo, se organizaram em um ato na manhã de ontem contra o leilão do terreno onde a ocupação está situada. A área pertence à Caixa Econômica Federal, que, segundo os moradores, abriu o leilão sem notificação prévia.

Eles dizem, ainda, que demonstraram interesse na compra, mas que a oferta foi negada pela Caixa. Além do leilão, o terreno também é alvo de um processo de reintegração de posse desde 2017.

Benedito Roberto Barbosa, advogado da ocupação, relata as dificuldades que os moradores têm enfrentado para dialogar e negociar com a Caixa a suspensão do despejo.

“Toda negociação em torno de venda de imóveis e o patrimônio da Caixa não está mais em São Paulo. Um absurdo o desmonte da Caixa Econômica Federal. Foram (escritórios) transferidos tanto para Porto Alegre, quanto para Belo Horizonte. Nós conseguimos falar com a gerente responsável por esse setor de disponibilização de patrimônios, e ela ficou de agendar uma reunião com a participação da Defensoria Pública da União e com os ocupantes, para que a gente possa encontrar uma saída negociada pelo terreno ocupado”.

A ocupação terra prometida tem, hoje, cerca de 350 famílias. São mais de mil pessoas que, há cinco anos moram na ocupação por não conseguirem pagar o aluguel de uma casa, por exemplo.

É o caso de Maria Aparecida dos Santos de Jesus, que mora com os quatro filhos desde quando o terreno foi ocupado.Em casa, apenas o marido trabalha. Por isso, ela afirma que, caso haja a reintegração de posse ou o leilão, a família não teria alternativa a não ser buscar por outra ocupação.

Assim como Maria Aparecida, Cristiane Veneziani também chegou à terra prometida logo no início, em 2016. Mãe solo de dois filhos, ela perdeu o emprego durante a pandemia e conta que não conseguiria ir para outro lugar, caso acontecesse o despejo da ocupação.

Ela afirma, no entanto, que caso a caixa aceitasse a oferta de compra feita pelos moradores, seria possível negociar os valores das parcelas para que as famílias conseguissem se manter ali. "Com essa reintegração que eles estão querendo, levando para leilão, complicou a vida de 300 pessoas. E eu não penso só em mim, pois há muita gente ali que precisa e não tem como ir para outro lugar a não ser ficar na ocupação. Se Caixa quisesse negociar com a gente, com parcelar mínimas, daria para todo mundo continuar ali."

Confira esta notícia e o programa na íntegra desta terça (18) no áudio acima. 

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Edição: Rede Brasil Atual