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TRAGÉDIA

Artigo | Enchentes: mineradoras obstruem rios que transbordam atingindo área maior

As enchentes em Minas, particularmente nas áreas afetadas pela mineração, têm características muito peculiares

19.jan.2022 às 14h22
Belo Horizonte (MG)
Padre Antônio Claret Fernandes

"As enchentes em Minas, particularmente nas áreas afetadas pela mineração, têm características muito peculiares" - Foto: doação Arquivo Pessoal

O Paraopeba vê que a solidariedade nesse momento de socorro emergencial às vítimas das tragédias em Minas Gerais e no Brasil é muito forte. Mas não supera, em número, a quantidade de ‘lama de minério’ retirada apenas das ruas de Congonhas, algo em torno de 300 toneladas.

As enchentes em Minas, particularmente nas áreas afetadas pela mineração, têm características muito peculiares. As mineradoras fuçam as serras, montanhas e encostas 365 dias por ano, provocando erosão, vão assoreando os cursos de água. No período chuvoso, esse processo se intensifica. Imenso volume de material desce nas águas e, os rios já assoreados, transbordam muito mais rapidamente, atingindo área muito maior.

:: Decreto de Jair Bolsonaro sobre cavernas favorece mineradoras e pode facilitar novas pandemias ::

Além de mais volumosas, essas águas ficam mais pesadas. Se as ‘enchentes de água’ significam tapa na cara de quem paga imposto e se vê obrigado a morar em área de risco por falta de uma política pública habitacional arrojada, as ‘enchentes de minério’ lembram um soco na boca do estômago de toda a sociedade pelo seu poder demolidor e catastrófico. 

Barragem Casa de Pedra (CSN)

As imagens visíveis dessas tragédias (crimes) escondem realidade ainda pior: a disseminação de material pesado, extremamente danoso aos diversos viventes e à vida humana. Cada ‘enchente de minério’ – provocada pela erosão das mineradoras, pelo rompimento ou transbordamento de um dique ou barragem de rejeito – faz esse material tóxico chegar mais longe, atingindo mais gente.

Em reunião do Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB), no dia 17, no bairro Residencial, localizado debaixo da barragem Casa de Pedra, em Congonhas, e parcialmente inundado pela cheia do rio Maranhão, muitas pessoas reclamaram de disenteria, febre e mal-estar.

Leia também: MAB diz não ao projeto das barragens de Garabi-Panambi que Bolsonaro quer retomar

Mas a dor maior é pelo sentimento de medo e de abandono. O risco real de rompimento da barragem, somado à falta de transparência da CSN e de órgãos de governo, dá margem à disseminação de fake news. Dora e Tião contam que deixam a morada para dormir dentro do próprio carro no Dom Oscar, bairro na parte mais alta, mas um amigo, vendo o desespero deles, os convida para passar a noite em sua casa.

‘Não apareceu nenhuma autoridade aqui no Residencial para dar apoio durante as enchentes’, dizem os moradores. O próprio povo socorreu o povo num bairro deixado às traças no último período. Creche e escola foram fechadas no dia 12 de fevereiro de 2019, por conta do risco da barragem. A iluminação pública é ruim. Há boatos de que desejam tirar o posto de saúde. O desafio é transformar toda essa indignação em organização popular e luta.

Poeira tóxica ar afora, pulmões adentro

Enquanto duram as chuvas, o risco de doenças reside no espaço-limite dos córregos e rios e nas águas lamacentas de suas margens. Quando vem o sol, o barro transforma-se em poeira tóxica e seu alcance se faz ilimitado, pelo ar afora, pelos pulmões adentro. 

A ‘enchente de minério’ – com seu volume e peso -, somada às outras formas de exploração irracional da natureza, aumenta, absurdamente, o dano potencial das hidrelétricas, transformadas em bombas-relógio que podem romper-se ou necessitar de abertura das comportas com enchentes ‘programadas’ da Cemig e outras, igualmente desastrosas. 

Nesse ambiente capitalista, o regime dos rios passa de natural a artificial, orientado pelo maior lucro em detrimento de toda e qualquer forma de vida.

Na sua narrativa folclórica, as tragédias em Minas estão relacionadas à mudança da chefia do departamento de águas e enchentes. Não é mais do céu! São Pedro, no comando há mais de um milênio, perde o poder das chaves para a gerência de mineração e barragens. Agora o controle é cá da terra mesmo, bem de perto, embora seja Sociedade Anônima. Vale, Gerdau, Ferro +, Vallourec, todas fazem parte dessa gestão.

Saiba mais: No fim de 2021, governador de MG assinou cinco acordos com mineradoras para ampliar extração

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), íntima da gerência, trata logo de garantir o futuro de seus negócios, sequestrando, somente na cidade dos profetas, água suficiente para exploração de minério até 2050. Quantia enorme! Toda a água vendida pela Copasa em Congonhas, com 55 mil habitantes, soma 140 litros/segundo e a Companhia Siderúrgica Nacional, numa simples reunião do Comitê de Bacia do Paraopeba, abocanha 800 litros por segundo.

Defensores da privatização dos bens naturais acham que assim, nesse novo modelo de gestão, fica até melhor. Ninguém duvida de que faltará água no período da seca. Mas não será preciso carregar pedra morro acima até o pé do cruzeiro, lá no topo. Nem haverá necessidade de pedido ao santo. É só ligar para a CSN pedindo água e, ela – segundo afirma -, tudo proverá. 

Nesse tempo em que verdade e mentira se confundem, o senso comum vive a construir castelos na areia e morre de ilusão.

 

Padre Antônio Claret Fernandes a integra o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e é morador de Congonhas.

—

Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Editado por: Elis Almeida
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